2018

Linhas Estratégicas de Actuação

1. Em cumprimento da missão estatutária da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e de acordo com a vontade do seu instituidor, Dom Fernando Mascarenhas, durante o ano de 2018 foi posto em execução o Plano de Actividades Culturais gizado Vanda Anastácio, assessora do Vogal Cultural, Vanda Anastácio, que mereceu parecer favorável do Conselho Cultural da Fundação e aprovado pelo Conselho Directivo.

O Gabinete Cultural orientou a sua actuação pelas linhas gerais estabelecidas pelo Presidente do Conselho Directivo e actual Vogal Cultural, Dom José Mascarenhas, a saber, o reforço da profissionalização e da institucionalização das actividades culturais a que a missão da FCFA obriga, procurando ajustar continuamente a oferta cultural às realidades e condicionalismos que foram surgindo.

2. A planificação e implementação das actividades culturais da Fundação pautou-se pelo enquadramento legal que rege as Fundações, o qual define de forma clara o seu papel social. Com efeito, de acordo com o nº 1 do artigo 185º da Lei nº 24/2012 de 9 de Julho, revista pela Lei 150/2015 de 10 de Setembro “As fundações visam a prossecução de fins de interesse social, podendo ser instituídas por ato entre vivos ou por testamento.”

Neste sentido a Fundação tem procurado apoiar entidades que se dedicam à formação artística e humanística, racionalizar da oferta cultural, e divulga-la junto de públicos diversificados.

O Gabinete Cultural tem obedecido a uma preocupação formativa, de sensibilização do público para a importância do Património enquanto forma de reconhecimento identitário e de espaço de aprendizagem comum de valores transversais para a construção da cidadania.

3. O estabelecimento de parcerias com organizações que trabalham em pequena e em média escala para a prossecução dos mesmos fins tem-se revelado uma mais-valia com benefícios inegáveis para todos os envolvidos. Essas parcerias têm permitido projectar no espaço público a programação contínua de actividades culturais que procuram ter uma dimensão pedagógica, em sentido amplo. O desenho destas actividades aposta na diversificação e na reinvenção contínua de formatos, numa lógica de informar distraindo, que tem em vista a formação e a atracção para a causa do Património de públicos adultos de diferentes idades e de diferentes níveis de instrução.

4. Durante o ano de 2018 foram dados os primeiros passos para o alargamento da oferta cultural da Fundação a públicos com necessidades especiais.

Durante o ano de 2018 procurou-se alargar o âmbito das actividades culturais de forma a diversificar a oferta formativa sobre o Palácio Fronteira. Este alargamento traduziu-se em: 

Acolhimento de estagiários através de protocolos com a Universidade de Lisboa e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento a quem foi fornecida formação no terreno;

– Abertura de concurso para estágios extracurriculares de carácter formativo; 

– Alargamento e diversificação das visitas e passeios temáticos relacionados com o património edificado da Fundação;

– Acolhimento de atividades destinadas ao público infanto-juvenil;

– Disponibilização de informação relativa aos espaços exteriores do Palácio Fronteira, em formato de audioguias em português, francês, inglês e vídeoguias em língua gestual portuguesa;

– Avaliação de possibilidades de garantir acesso às visitas temáticas e às actividades culturais a públicos com necessidades especiais;

– Apoio à realização de congressos e reuniões científicas.

O balanço do ano de 2018 confirma o aumento da visibilidade pública alcançada pela componente cultural da Fundação, bem como a tendência para o alargamento do público de frequentadores dos eventos culturais oferecidos. (veja-se Anexo 1).

 

Actividades Culturais

 

Concertos    (564 espectadores)

Janeiro

No dia 5 de Janeiro, realizou-se o Concerto de Violino e Piano, com Matilde Loureiro e Jun Bouterey-Ishido, que interpretaram obras de J. S. Bach, B. Bartók e L. V. Beethoven.  Este concerto realizou-se em parceria com os Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e teve o apoio da Antena 2, do Instituto Politécnico de Lisboa, do American Club of Lisbon, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e Associação de Turismo de Lisboa.

No dia 27 de Janeiro, realizou-se no Palácio Fronteira o Concerto dos Laureados do III Concurso Nacional de Cordas “Vasco Barbosa”, com direcção musical de Ana Beatriz Manzanilla e organização da Camerata Atlântica. Apresentaram-se, Joaquim Granja Neves, de 16 anos, contrabaixo, Teresa Caleiro, de 12 anos, viola, Juliana Gonçalves, de 18 anos, contrabaixo, Miguel Rocha, de 16 anos, violino, Maria Delmar Martins Fernandes, de 20 anos, contrabaixo e Mariana Gomes, 18 anos, violino, que interpretaram obras de D. Dragonetti, H. Eccles, L. Costa, G. Bottesini, E. Bloch, C. Franck, S. Koussevitsky e E. Grieg. Este concerto teve o apoio da Antena 2, do Prémio Nacional de Cordas “Vasco Barbosa”, da Camerata Atlântica, do Instituto Politécnico de Lisboa, Prémio Bomtempo, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e da Associação de Turismo de Lisboa. 

Fevereiro

No dia 20 de Fevereiro, realizou-se o Concerto de Flauta e Harpa Soirée “Belle-Époque” pelo Duo  Solar (Vera Morais e Emanuela Nicoli), que interpretaram obras de Claude Debussy, Gabriel Fauré, C. Saint-Saëns, Johannès Donjon, Maurice Ravel, Marc Berthomieu, Erik Satie e Bernard Andrès. Este concerto realizou-se em parceria com os Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e teve o apoio da Antena 2, do American Club of Lisbon, Institut Français du Portugal, da Câmara de Comércio Luso-Sueca, do Instituto Politécnico de Lisboa, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e da Associação de Turismo de Lisboa. 

Março

No dia 19 de Março, realizou-se o concerto de Viola de Arco e Piano, com Pedro Saglimbeni Muñoz e Francisco Sassetti, que interpretaram obras de Henry Vieuxtemps, Max Reger e Rebecca Clarke. Este concerto foi organizado em parceria com a Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e contou com o apoio da Antena 2, da Camerata Atlântica, do Instituto Politécnico de Lisboa, da Escola Superior de Música de Lisboa, do American Club of Lisbon, da Câmara de Comércio Luso-Sueca, da Embaixada da Áustria em Lisboa, da Embaixada da Suiça em Portugal, do Institut Français du Portugal, do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, da Althum, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e da Associação de Turismo de Lisboa. 

Abril

No dia 8 de Maio, realizou-se o concerto de piano, por João Bettencourt da Câmara, que interpretou obras de Francisco de Lacerda, Claude Debussy, Sergei Prokofiev e Alexander Sciabin. Este concerto foi organizado em parceria com a Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e contou com o apoio da Antena 2, do Instituto Politécnico de Lisboa, da Ars Luminae, do American Club of Lisbon, da Câmara de Comércio Luso-Sueca, do Institut Français du Portugal, da Althum, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e da Associação de Turismo de Lisboa. 

Junho

Nos dias 17, 23 e 24 de Junho, realizou-se o FESTIVAL DE MÚSICA FERNANDO MASCARENHAS, com a direcção musical de Ana Beatriz Manzanilla, de acordo com o seguinte programa:

  • • no dia 17 de Junho, assinalando o lançamento dos videoguias em língua gestual portuguesa da visita aos jardins do Palácio Fronteira, realizou-se o concerto “A Voz e o Gesto” pelo projecto Mãos que Cantam, sob a direcção musical e artística de Sérgio Peixoto. Neste concerto foram interpretadas, em língua gestual portuguesa, obras de Amália Rodrigues, Sara Tavares, Vitorino, Pedro Abrunhosa, Lorenc, John Lennon, G. Gershwin e Manuel Rebelo. 
  • • no dia 23 de Junho, realizaram-se três concertos e um recital de poesia, de acordo com o seguinte programa:
    • o Quarteto de Metais da Escola Superior de Música de Lisboa SONIS PERDITUS (Manuel Val (eufónio), Vítor Martins (eufónio), Diogo Costa (eufónio), e Hugo Pedrosa (tuba) ), sob a direcção musical e artística de Hugo Assunção, interpretaram obras de Nelson Jesus, Enrique e John Stevens.  
    • o Ensemble de Violas de Arco da Escola Superior de Música de Lisboa (Beatriz Acosta, Micaela Miranda, Francisco Caldeira, Pedro Alves, Maria Inês Monteiro, Rita Costa, Pedro Massarão (violoncelo) e Gonçalo Abreu (contrabaixo)), sob a direcção musical e artística de Pedro Saglimbeni Muñoz, interpretaram obras de G. P. Telemann, J. G. Albrechtsberger e J. S. Bach.
    • o Recital de Poesia “A Música das Palavras”, por Paulo Godinho e Vanda Anastácio, com leitura de textos de autores portugueses (de diferentes  épocas da História: Idade Média – Airas Nunes; Século XV – João Rodrigues Castelo Branco; Século XVI – Francisco Sá de Miranda, Luís de Camões, Pedro de Andrade Caminha; Século XVII – Frei António das Chagas (1631-1688), Gregório de Matos, Soror Violante do Céu; Seculo XVIII –  Marquesa de Alorna; Fin-de-Siècle – Eugénio de Castro, Camilo Pessanha; Século XX – Fernando Pessoa, José Régio, Eugénio de Andrade, Mário de Andrade; Século XXI – Maria Teresa Horta. 
    • o Concerto Il Canto del Settecento – Vozes Femininas, pelas sopranos Ana Paula Russo e Ariana Moutinho Russo, acompanhadas ao piano por Sérgio Silva, interpretaram obras de  Georg F. Handel, João Rodrigues Esteves, G. B. Pergolesi, J. S. Bach e Josef Haydn. 
    • • no dia 24 de Junho, realizaram-se 3 concertos, de acordo com o seguinte programa:
    • o Concerto de Violino e Piano, por Beatriz Saglimbeni e Karina Aksenova, interpretaram obras L. Barbosa e J. Brahms. 
    • o Concerto à la carte, pela soprano Maria João Sousa e o Quarteto Opus 28: Diogo Gonçalves (flauta transversal), Bruno Gomes (violino), Ana Sanches (viola d´arco) e Filipa Gonçalves (violino), interpretaram obras de Schein, Purcell, Strauss, Offenbach, Caymmi, Fonseca, Joplin, Dalcroze, Tchaikovsky, Youmans, Bart e Ashman.
    • o Concerto dos Solistas da Camerata Atlântica, Ana Beatriz Manzanilla (violino), João Andrade (violino), Pedro Saglimbeni Muñoz (viola) e Nuno Abreu (violoncelo), interpretaram obras Franz Schubert.  

Este festival contou com o apoio da Antena 2, do Instituto Politécnico de Lisboa, da Escola Superior de Música de Lisboa, da Camerata Atlântica, da Ars Luminae, do American Club of Lisbon, da Câmara de Comércio Luso-Sueca, da Embaixada da Áustria em Lisboa, da Embaixada do Brasil em Lisboa, da Embaixada da  Suíça em Portugal, do British Council, do Institut Français du Portugal, do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, da Althum, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, da Associação do Turismo de Lisboa e da Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.

Outubro

No dia 30 Outubro, realizou-se um Concerto de Homenagem a Alcipe, no 268 Aniversário do seu Nascimento – Poesia e Música do Século das Luzes, um concerto em instrumentos de época por Birgund Meyer-Oehme, Duncan Fox e Cândida Matos acompanhado pela leitura de poemas e de excertos da correspondência da 4ª Marquesa de Alorna (1750-1839), por Vanda Anastácio, com o programa seguinte: Anónimo “Lübecker Viola da Gamba Solo“ (com B.c.) Sonata; Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784) Polonaise para Cravo nº 7 em Mi maior; Carl Friedrich Abel (1723-1787) Sonata II em Mi menor para Viola da Gamba e “Basso“; Johann Gottlieb Graun (1702/3-1771) Sonata em Si menor para Viola da Gamba e Cravo; Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) Sonata em Dó maior para Viola da Gamba e B.c., Wq 134. Este concerto teve o apoio da Antena 2, do Instituto Politécnico de Lisboa, da Câmara de Comércio Luso-Sueca, da Embaixada da Áustria em Lisboa, da Embaixada da Suíça em Portugal, da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e da Associação do Turismo de Lisboa. 

Novembro

No dia 21 de Novembro, realizou-se, no âmbito do colóquio NOVA Contemporary Music Meeting, o concerto de música contemporânea com Veronika Taraban (violino), Leonor Mateus (violoncelo) e Francisco Costa (piano), que interpretaram obras de Lili Boulanger (1893-1918) I) D’un soir triste; II) D’un matin de printemps. Tiago Amado (barítono) e Mariana Godinho (piano), que interpretaram obras de António Pinho Vargas Sete Canções de Albano Martins (2000) (1. Compromisso 2. A mesma canção 3. Porque são numerosos 4. Os dias de véspera 5. Paleta 6. Jogos 7. Escrito a vermelho); Filipe de Sousa Tríptico de D. João sobre textos de José Saramago (1. Orgulho de D. João no Inferno 2. Lamento de D. João no Inferno 3. Sarcasmo de D. João no Inferno); Fernando Lopes Graça (1936) Menino da Sua Mãe sobre poema de Fernando Pessoa. Este concerto teve o apoio da Antena 2 e do Instituto Politécnico de Lisboa. 

No dia 23 de Novembro, realizou-se, no âmbito do colóquio NOVA Contemporary Music Meeting uma entrevista/diálogo musical com o compositor François Bayle seguida de um concerto de música Contemporânea Acusmática Multi-Canal do mesmo compositor, tocada pelo próprio, com o seguinte programa:  Le sommeil d’Euclide [S V-L /4] 1983 – stéréophonie ;  L’Oreille étonnée 2006 – octophonie. Este concerto teve o apoio da Antena 2 e do Instituto Politécnico de Lisboa. 

 

Grupos de Leitura   (196 participantes)

Janeiro

A actividade da Fundação iniciou-se em 2018 com a realização de duas sessões do Mini-Ciclo Grupo de Leitura O Livro dentro do Filme. Quando a Escrita e a Leitura se Cruzam com o Cinema II. Actividade gratuita de entrada livre com apresentação de Vanda Anastácio e Luiz Fagundes Duarte, respectivamente. 

Nestas sessões foram visionados os filmes, “La tête em friche (As minhas tardes com Margueritte)” de 2010, do realizador Jean Becker, inspirado no romance homónimo de Marie-Sabine Roger, com Gérard Dépardieu e Gisele Casadesus e “The Ghost Writer (O Escritor Fantasma)” de 2010, do realizador Roman Polanski, inspirado no romance homónimo de Robert Harris, com Ewan MacGregor e Pierce Brosnan. 

Este grupo de leitura contou com o apoio da Antena 2, do Institut Français du Portugal, do British Council, da Embaixada da Suiça, do American Club of Lisbon, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Fevereiro

No dia 7 de Fevereiro, realizou-se uma sessão extraordinária do Grupo de Leitura Vozes da África Lusófona. Nesta quarta sessão foi debatida, a obra “Os transparentes” de Ondjaki. Esta sessão contou com a apresentação de Ana Paula Tavares e moderação de Vanda Anastácio. Este grupo de leitura teve o apoio da Antena 2, da Editora Caminho, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Março

Nos dias 14 de Março e, realizou-se a primeira das duas sessões do Grupo de Leitura Vozes da África Lusófona II: O OUTRO LADO DO ESPELHO. Nesta sessão foi debatida, a obra “Caderno de Memórias Coloniais” de Isabela Figueiredo com apresentação de António Ramalho e moderação de Vanda Anastácio. A sessão teve o apoio da Antena 2, da Editora Caminho, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Abril

No dia 11 de Abril realizou-se a segunda das duas sessões do Grupo de Leitura Vozes da África Lusófona II: O OUTRO LADO DO ESPELHO. Nesta sessão foi debatida a obra “A Costa dos Murmúrios” de Lídia Jorge e visionado o filme “A Costa dos Murmúrios” (2004), da realizadora Margarida Cardoso. Esta sessão contou com a apresentação de Vanda Anastácio e teve o apoio da Antena 2, da Editora Caminho, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Maio

No dia 16 de Maio, realizou-se uma sessão extraordinária do Grupo de Leitura Vozes da África Lusófona II: O OUTRO LADO DO ESPELHO. Nesta sessão foi debatida a obra “Mais um dia de vida: Angola, 1975” de Ryszard Kapuściński e contou com a apresentação de Vanda Anastácio. Esta sessão teve o apoio da Antena 2, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Junho

No dia 6 de Junho, realizou-se o Grupo de Leitura sobre a obra A Construção do Vazio de Patrícia Reis. Esta sessão contou com a presença da autora e com a moderação de Vanda Anastácio. Este grupo de leitura teve o apoio da Antena 2, da Editora Dom Quixote do Grupo Leya, do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.

Setembro

No dia 17 de Setembro, realizou-se o Grupo de Leitura comemorativo dos 500 anos da apresentação do Auto da Alma (1518-2018), sobre a obra O Auto da Alma de Gil Vicente, com moderação de Luiz Fagundes Duarte, com o apoio da Antena 2 e do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Este Grupo de Leitura foi seguido de uma jornada sobre o tema e a representação da peça organizada. Em parceria com o Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, com o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, com o Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura Espaço e Memória (CITEM) da Universidade do Porto, e com o “Teatro Maizum”.

Dezembro

No dia 5 de Dezembro realizou-se um Grupo de Leitura alusivo à Restauração, sobre a obra de Manuel Alegre, Auto de António, publicada em 2017, com a presença do autor e moderação de Vanda Anastácio. Com o apoio da Antena 2 e da Editora Dom Quixote do Grupo Leya e do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

 

Cursos Livres (125 Participantes)

Nos dias 27 de Fevereiro, 6, 13 e 20 de Março, realizou-se o curso livre “Encontros com a pintura europeia, o que nos contam as imagens?” (12 horas) ministrado por Ana Paula Rebelo Correia. 

No dia 11 de Dezembro tem lugar o Workshop “Simbologia das Plantas na Arte Cristã” ministrado por Luis Mendonça de Carvalho do Instituto Politécnico de Beja. Este Workshop propôs-se dar a conhecer o uso simbólico de flores, frutos, folhas, árvores e resinas na arte europeia. Foi dado especial relevo a obras que podem ser visitadas em museus, palácios e monumentos portugueses. A sessão foi complementada com o estudo de matérias-primas de origem vegetal utilizadas pelos artistas (linho, algodão, carvão, gamboge, sangue-de-dragão, damar, tragacanta, mástique, terebintina-de-veneza, nogueira, tília, pinho, choupo, carvalho, entre muitas outras). Teve o apoio do Instituto Politécnico de Beja e do Museu de História Natural de Beja.

 

Colóquios e Reuniões científicas (286 Participantes)

Com coordenação e organização de Pedro George, a Fundação promoveu, nos dias 18 e 19 de Junho, o colóquio intitulado ESPAÇO FRONTEIRA – Em Busca de uma Visão Integrada, durante o qual foram apresentados trabalhos de investigação sobre o património da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna (comunicações de Paulo Pereira, Amílcar Gil Pires, Teresa Andresen, Teresa Marat-Mendes, José Meco e Manuel J. Gandra). Este colóquio contou com visitas guiadas pelos comunicantes a alguns espaços do Palácio Fronteira e seus jardins. 

Em representação da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Vanda Anastácio participou no Colóquio A Real Mesa Censória: Imprimir, Instruir e Censurar que teve lugar no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra no dia 30 de Maio de 2018, com a comunicação “Os livros das Mulheres. Revisitando os inventários enviados à Real Mesa Censória em 1769”.

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna promoveu e organizou em parceria com o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa e a Associação dos Amigos das Casas de Fronteira e Alorna, o colóquio O Fio da Memória III, o terceiro de três encontros dedicados à actualização de conhecimentos sobre o Palácio Fronteira no dia 15 de Novembro. Com comissão organizadora composta por Isabel Mendonça, Hélder Carita e Vanda Anastácio, o colóquio reuniu historiadores e especialistas em arquitectura, coleccionismo e artes decorativas aplicadas. 

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna organizou no dia 18 de Setembro a Jornada O Auto da Alma – 500 anos (1518-2018), com a Comissão científica: Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa/FCFA), José Augusto Cardoso Bernardes (Universidade de Coimbra), Zulmira C. Santos (Universidade do Porto) e a comissão organizadora: Vanda Anastácio, Ana Cristina Costa Gomes, Silvina Pereira e Júlio Martin. O evento realizou-se em parceria com o Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, com o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, com o Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura Espaço e Memória (CITEM) da Universidade do Porto, e com o “Teatro Maizum”.

No dia 9 de Outubro a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna apoiou a realização e acolheu o congresso Rastos Dominicanos comemorativo dos 600 anos do estabelecimento da Ordem em Portugal, em colaboração com o ISTA – Instituto de São Tomás de Aquino e com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Comissão científica: Abel Nascimento Pena (CEC-FLUL; ISTA), Arnaldo do Espírito Santo (CEC-FLUL), Bento Domingues (ISTA), Cristina Costa Gomes (CEC-FLUL; ISTA; AM; APH), Cristina Pimentel (CEC-FLUL), Francisco Vidal Abreu (AM), José Manuel Fernandes (ISTA), José Nunes (ISTA), Manuela Mendonça (APH), Mateus Peres (ISTA), Paulo Fontes (CEHR-UCP), Rodrigo Furtado (CEC-FLUL), Vanda Anastácio (CEC-FLUL; FCFA) e Vítor Serrão (ARTIS-FLUL). Comissão organizadora: Cristina da Costa Gomes (CEC-FLUL; ISTA; AM; APH), José Manuel Fernandes (ISTA) e  Vanda Anastácio (CEC-FLUL; FCFA). 

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna apoiou a realização e acolheu o Congresso NOVA Contemporary Music Meeting, nos dias 21 e 23 de Novembro, organizado pelo CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical. Com Direcção Artística de Carlos Caires (ESML-IPL) e Carlos Marecos (ESML-IPL) e Moderação de Isabel Pires (CESEM-FCSH- Universidade Nova) e Rui Pereira Jorge (CESEM/FCSH – Universidade Nova). Comissão científica: António de Sousa Dias (FBA – Universidade de Lisboa), Benoit Gibson (CESEM-Universidade de Évora), Carmen Pardo Salgado (Faculdade de Belas Artes – Universidade de Barcelona), Christian Venvenuti (Universidade Federal de Rio Grande do Sul), Curtis Roads (Universidade da Califórnia, Santa Barbara, USA), Eduardo Lopes (CESEM-Universidade de Évora), Federica Bressan (IPEM – Universidade de Ghent), Frederic Dufeu (Universidade Huddersfield), Guilherme Carvalho (Montpellier 3 – Paul Valéry – Universidade França), Isabel Pires (CESEM-FCSH – Universidade Nova), Ivan Moody (CESEM – Universidade Nova), João Soeiro de Carvalho (INET-Md/FCSH – Universidade Nova), José Manuel López (Paris 8 – Universidade de França), José Oliveira Martins (CITAR – Universidade Católica), Laura Zattra (IRCAM/ Conservatório de Música de Parma e Rovigo), Makis Solomos (Paris VIII Universidade), Mário Vieira de Carvalho (CESEM – Univeridade Nova), Martin Laliberté (Paris – Universidade Est Mame-la-Vallée), Nicolas Donin (IRCAM/CNRS/UPMC), Paulo Ferreira de Castro (CESEM-FCSH – Universidade Nova), Pedro Roxo (INET-Md/FCSH – Universidade Nova), Pierre Couprie (Universidade de Sorbonne; IReMus/CNRS), Rui Pereira Jorge (CESEM-FCSH – Universidade Nova), Silvio Ferraz (Universidade de São Paulo,  Brasil) e Tomás Henriques (Universidade do Estado de Nova Iorque, USA). Parceria com a Escola Superior de Música do Instituto Politécnico de Lisboa. 

 

Actividades em colaboração com a Câmara Municipal de Ponte de Sor

Durante o ano de 2018 a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna realiou no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor, em colaboração com a Autarquia de o Centro de Artes e Cultura, ao abrigo do Protocolo assinado com a Câmara Municipal de Ponte de Sor as seguintes actividades: 

Exposição de Pintura e Escultura “EXODUS” de Gabriel Garcia inaugurada a 3 de Fevereiro e patente até 10 de Março. Esta exposição teve produção e curadoria de Isabel Vaz Lopes que escreveu, em 28 de 2018, para o catálogo, com uma tiragem de 200 exemplares, o seguinte texto:

         “EXODUS

Amo apaixonadamente as coisas misteriosas

Dostoievski

(em Os Jardins da Memória Orhan Pamuk pág. 155)

“Creio lembrar-me de me ter sentidodo diferente, mas se não sou eu 

mesma, a questão que se põe é a seguinte: quem diabo posso eu ser?”

Lewis Carrol

(em Os Jardins da Memória Orhan Pamuk pag. 213)

Emigração de todo um povo ou saída de pessas em massa; saída espontânea de um país; deslocação periódica; ir de um lugar para o outro; entrada num país; movimentação; passar de um lugar para o outro…

Será de facto preciso que um nome queira dizer alguma coisa? Lewis Carroll (em Os Jardins da Memória Orhan Pamuk) pág. 72

Gabriel Garcia reflecte sobre a migração dos povos as motivações, a memória dos que migram e a influência dessas migrações no contorno geográfico. Quais são as limitações das fronteiras geográficas para um êxodo?

A peça da exposição “Geografia” favorece o disparador para o sentido da palavra: Ciência que tem por objetivo a descrição da Terra e, em particular, o estudo dos fenómenos físicos, biológicos e humanos que nela ocorrem. Nesta a sala de aula, ela própria uma limitação espacial.

Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa a definição para êxodo no antigo Teatro Grego é o episódio cómico que se seguia à representação de uma tragédia. Não deixa de ser sarcástico, ao analisarmos a palavra e reflectir nos vários significados do vocábulo Êxodo. Meditar nos movimentos migratórios deste século e lembrar as discussões geopolíticas dos países europeus, na reacção das populações desses países é um exercício que esta exposição nos ajuda a fazer. A dimensão económica das migrações está presente em todas as épocas da história da humanidade e continua sendo uma das principais razões das deslocações populacionais do nosso tempo. A migração africana e síria para o continente europeu fugindo de guerras ou na demanda de novas oportunidades é a realidade deste século. A identidade, a memória e a integração destes migrantes no círculo cultural dos países de chegada é colocada constantemente. O migrante pode ir em busca do trabalho como também pode trazer o seu trabalho para o local ou região onde se estabelece. 

“Abrigo Romântico” aproveita a dualidade de uso do objeto com essa ironia e mostra que o mesmo objeto assiste em várias circunstâncias não perdendo a analogia compreensível do mesmo.

A peça “Maravilhosa Escola de Ogres” foi inspirada na divisa do escutismo de Baden Powel em Inglaterra, herói da guerra da Crimeia, que procurou ajudar os jovens perdidos nas ruas de Londres juntando-os num acampamento de rapazes para lhes ensinar regras de pioneirismo, e acima de tudo unidade e honra. No entanto esta imagem física do escutismo foi usada e abusada pelas juventudes totalitaristas.

Transportamos (o nosso corpo) sem instrumentos, como por magia, porque é nosso e porque, através dele, temos acesso ao espaço. Para nós, o corpo é muito mais do que um instrumento; é a nossa expressão do mundo, a forma visível da nossa intenção.”

Maurice Merleau-Ponty, O Primado da Percepção; em a Visão em Apneia – Delfim Sardo, pág. 277”.

No dia da inauguração foi proferida a conferência “A Sala das Batalhas do Palácio Fronteira, em Lisboa” por Isabel Mendonça.

Exposição de Pedro Boese, Martim Brion e André Tecedeiro, inaugurada a 17 de Março e patente até 19 de Maio. A exposição teve produção de Isabel Vaz Lopes e Curadoria de Martim Brion. O catálogo, com uma tiragem de 200 exemplares, contêm textos de Laura Sequeira Falé de Martim Brion, em português e em inglês pois os artistas têm vivido, produzido e exposto o seu trabalho principalmente fora de Portugal. Eis o que escreveram, em português, Laura Sequeira Falé e Martim Brion:

“BOESE, BRION E TECEDEIRO

Os volumes compactos de Martim Brion, as grelhas simultaneamente incompletas e rigorosas de Pedro Boese e as reconstruções de André Tecedeiro são três pensamentos distintos sobre ordem, controle e volume.

Boese apresenta uma instalação compostas por seis telas com as mesmas dimensões construída especificamente para ocupar um dos cantos da sala. O padrão que é iniciado pelo pintor completa-se inevitavelmente na mente do espectador, dando-nos a sensação de ordem e de coerência. O observador começa por percepcionar o padrão com a retina para o completar na sua mente. A complementaridade entre o que é pintado e o que se percepciona é uma das características do trabalho rítmico e modular de Boese, que apresenta uma estrutura incompleta ao mesmo tempo que guia o olhar do espectador em direcções definidas. Organizado em volta de cores contrastantes e fomas geométricas equilibradas, torna explicíto aquilo que está implícito. Este é um dos princípios da teoria psicológica da Gesttalt, sob a qual se defendeu que a percepção retiliana não é a mesma que a percepção cerebral e que todos tendemos a organizar as formas sob uma lógica coerente e unificada. Esta tendência de estruturação é o que está na base do nosso reconhecimento de constelações e é também um dos elementos fundamentais no trabalho de Boese. O ritmo do padrão é regular, satisfazendo a nossa necessidade de ordem, mas é deixado em aberto, interrogando a geometria pré-estabelecida.

O trabalho mostrado por Brion chama-nos a atenção para a forma, para o volume, mas também para  a cor. Pastilha C1 é uma peça de parede, cor-de-rosa e em fibra de vidro, onde a ausência da marca das mãos do artista nos remete para a estética minimalista. Brion aumenta a escala de uma chiclete e atribui-lhe uma cor evidentemente artificial, acrescentado C1 (abreviatura para concept one) ao nome pela qual é conhecida. Assim como o sabor de uma pastilha elástica se revela à primeira dentada, Pastilha é apreendida de maneira imediata. Este trabalho chama a atenção para a forma de um objeto do quotidiano que foi gasto pelo uso, ao qual não damos a atenção voluntária. 

Os cinco cubos alinhados no chão da sala apresentam variações na forma como o azul cobalto e o branco sujo se dispõem. Unidos pela forma cúbica compacta e hermética, são individualizados pela composição geométrica diferente em cada uma das faces. Apesar do cubo se repetir no espaço de modo regular, está presente uma tensão entre a forma que liga os sólidos e as cores que os distanciam e particularizam. Tecedeiro expõe dois conjuntos de trabalhos em papel.

Em It´s end of the world as we know it (and I feel fine) o artista vai buscar o título à música homónima dos R.E.M., tão ritmada e chea como o seu trabalho. Tecedeiro retirou os papéis do seu habitat, quebrou a sua estrutura rasgando-os e reordenou-os, agrafando-os segundo o seu próprio critério. Nalguns fragmentos ainda podemos encontrar vestígios da sua atmosfera original: aproximando-nos, reconhecemos etiquetas, pratas de embrulhar chocolates, recortes de revistas ou caixas de chicletes. Mas a sua origem deixou de ter importância; o que passou a ser relevante é a nova ordem a que estão sujeitos e os novos lugares que ocupam. São trabalhos que sugerem uma transformação agitada, uma explosão e mudança absoluta, cuja complexidade está à vista. É preciso resistir à tentação de ir procurar o que é reconhecível naquilo que já não é o que era e perceber que uma metamorfose foi operada. A adaptação à nova configuração acontece quando se deixa de projectar o modelo antigo em cima do novo. 

Uma chamada de atenção semelhante acontece no segundo grupo de trabalhos. As folhas de papel cortadas secção por secção e dispostas de modo a que só vejamos a sua lateral impedem-nos de ver o que está escrito, fazendo sobressair o lado do papel ao qual não estamos a reparar. O que nos é familiar foi reconfigurado, ocupando um novo espaço”.

Laura Sequeira Falé

“Observando o cumprimento da onda 

Esta exposição parte de um princípio de confluência e divergência entre os nossos trabalhos; o que temos em comum ou não e como estabelecer um dialogue entre estes diferentes grupos de obras. Algo que acontece na maioria das exposições colectivas e aqui também, a ideia é, portanto, explorar estes componentes de uma exposição que mostra trabalhos de pessoas com diferentes percursos e interesses: porquê é que relevante juntar estes seus trabalhos e como. Todos temos o interesse e foco em utilizar formas, conceitos, e objectos pré-estabelecidos e transformá-los em algo diferente, jogando com a percepção do espectador. Apresentamos estes resultados usando materiais, formas e processos diferentes. O interesse aqui era, portanto, dispor estes objectos de maneira a que o espectador pudesse observar os padrões mutáveis entre os mesmos e ao mesmo tempo fundindo-os ou focando-se nas suas qualidades antagónicas – é tanto um processo de combinação como de contraste. Pode-se ver esta exposição como uma onda em 360 graus através dos trabalhos, como os seus altos e baixos e disrupções – o espaço que liga, o espaço entre as peças – o cumprimento da onda”.

Martim Brion 

No dia 17 de Março Hélder Carita proferiu a “Jardins e Arte Paisagística em Portugal: séculos XV a XIX”.

Exposição de Sérgio Fernandes, com o título de “um blue” inaugurada a 26 de Maio e patente até 23 de Junho com produção de Isabel Vaz Lopes. Foi editado um catálogo com fotografias de Pedro Guimarães e texto de Sérgio Fazenda Rodrigues, que reproduzimos:

“A exposição “Um Blue”, que Sérgio Fernandes apresenta nas instalações do Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor, desenvolve-se com referência às manifestações da luz do sol e alude à expressão que o firmamento adquire. A exposição é composta por um conjunto de 8 pinturas sobre tela e por um grupo de 48 pequenas pinturas, sobre papel, que assumem uma leitura predominantemente vertical. 

De forma cuidada, as obras são trabalhadas na proximidade de um registo monocromático, porém, em quase todas elas, existe um conjunto de manchas e linhas subtis, que apenas se dão a perceber com o passar do tempo, ou com uma atenção demorada. Numa descoberta gradual, percebemos que há uma lentidão que imbui o processo criativo e o seu resultado; cativando o artista e o observador num envolvimento que implica um olhar atento, transversal a quem produz e a que vê.

Para o artista, essa atenção está presente no modo de executar as obras, levando-as à categoria de um exercício meditativo.

Sérgio Fernandes procede à decantação da tinta e recria, passo a passo, o material que emprega. Retirando o óleo em excesso e aproveitando o sendimento (pigmento) que está inda envolto em líquido (óleo e terebintina), a solução é aplicada sobre as telas, e repete-se um gesto de dispersão, do centro para a periferia. Com o auxílio de um conjunto de trinchas de pelo macio, este gesto repete-se múltiplas vezes, até apagar, na superfície a inscrição do seu movimento. De forma análoga e com um grau de refinada delicadeza, os elementos que constituem a imagem – os fundos, as manchas, as linhas e os contornos do suporte – emergem, de modo enleante, por camadas. Camadas que constituem a pintura, mas que marcam também, de um outro modo, a sua orla; deixando um rasto de sobreposição na espessura da tela (da grade).

A pintura surge, assim, pelo que resta de uma acção que é levada ao extremo. Uma acção que, à face, resulta no desgaste que a repetição cria (ou na sublimação a que esta conduz) e que, na espessura (na grade da tela), resulta na acumulação que aí se instaura. 

Questionando a pintura enquanto superfície e objecto, Sérgio Fernandes leva a imagem a um outro grau de existência, elevando a sua expressão e o modo como a percebemos. Ao problematizar a natureza da pintura (o que é, onde é, e como ocorre), o artista engendra e apura a tinta, aproximando-se assim, curiosamente, ao âmago e à origem da disciplina.

Para quem observa, a atenção é uma condição necessária à percepção da luz e à forma delicada como esta se manifesta. Nesse sentido, o trabalho de Sérgio Fernandes convida a uma atitude contemplativa, acerca da cor e das suas cambiantes. O que aparenta ser um registo monocromático é, na verdade, uma variação laboriosa de diferentes tonalidades, onde se marca uma gradação feita em torno do azul (do céu), e do amarelo (do sol) que, por vezes, o preenche.

A relação entre as cores e as suas cambiantes de luz, traz-nos ao olhar uma sensibilidade de pendor oriental. Um estado onde as variações se manifestam, simultaneamente, no bordo e no interior. Na verdade, trata-se de compor a vibração de uma aura que emana da pintura, que nos circunda, e nos seduz. Uma envolvência que, lentamente, transforma uma superfície abstracta num campo mais amplo e referenciado, e nos convida a passar para um outro plano de existência, mais subtil e apurado”.

No dia 26 de Maio, data da inauguração da exposição, José Gabriel Pereira Bastos proferiu a conferência “Da política dos corpos ao nascimento das artes”.

Exposição de Martinha Maia, intitulada “Imaginarius” inaugurada a 17 de Novembro e que permaneceu aberta ao público até 19 de Janeiro de 2019, com produção de Isabel Vaz Lopes. Foi, como costume, editado um catálogo com fotografias de RO.SE e da própria artista que escreveu também pequeno texto, que transcrevemos:

“Arquitectura do irreal

Seremos eternos Bobos, com os pés fora do lugar e com um olho em cada ombro. 

   Passaremos dissimulados nas sombras, por entre buracos e frestas, na desordem 

  dos dois mundos, entre a montanha e o céu.

  Seremos do avesso, num outro espaço, fruto do engano.

  No mundo indefinido, ilimitado e indeterminado, seremos Ilhas!”

Apesar de não estar protocolado a Fundação solicita aos artistas que ofereçam – sem carácter de obrigatoriedade – uma obra da exposição. Todos os artistas aceitaram, tendo Martinha Maia realizado ainda um workshop com alunos das escolas. 

No dia 17 de Novembro Luis Mendonça de Carvalho proferiu a conferência “Plantas e Arte: uma perspectiva simbólica”.

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna agradece a colaboração dos artistas e dos conferencistas que aceitaram participar nestas actividades que aconteceram no 25º ano de vigência do Protocolo estabelecido entre a Câmara Muncipal de Ponte de Sor e a Fundação. 

Não podemos deixar de referir com gratidão que contámos sempre, a presidir à mesa das conferências e durante a inauguração das exposições, com a presença de um Vereador da Câmara que nos obsequiou com um beberete. A Fundação agradece ao Centro de Artes e Cultura a amável cedência, sempre que necessário, das residências em que pernoitaram os artistas sempre que a duração dos trabalhos assim o exigia. 

Aqui fica o agradecimento ao pessoal do Centro de Artes e Cultura que sempre manifestou grande entusiasmo e principalmente nos dias de montagem, sempre revelou uma disponibilidade, muito para além do estrito cumprimentos dos seus deveres.

Por fim o agradecimento muito especial à Isabel Vaz Lopes, parceira da Fundação desde 2005, pelo trabalho desenvolvido desde a seleção e proposta dos artistas ao Conselho Directivo da Fundação, passando pela produção e curadoria e concluindo-se na montagem das exposições. 

 

Publicações

Pedro Cassiano Neves, “O Palácio Fronteira, na secção Património da Revista, Interpares, nº 4, Lisboa, Associação da Nobreza Portuguesa, Scribe Editora, 2018.

Vanda Anastácio “’Feminism’ in Portugal before 1800“ [com especial menção a Alcipe e fotografia do retrato de Pitschmann] in.: Silvia Bermudez & Roberta Johnson (eds.) A New History of Iberian Feminisms, Toronto, Toronto University Press, 2018, pp. 67-81. (ISBN 9781487520083; ISBN 9781487500146).

Vanda Anastácio com especial menção à Condessa de Assumar D. Isabel de Castro, à Marquesa de Távora e a Alcipe: “Privacidad y publicidad em el discurso epistolar feminino: el caso de la Marquesa de Alorna (1750-1839)” in.: Maria Martos e Julio Neira (orgs.) Identidad autorial femenina y comunicación epistolar, Madrid, UNED, 2018, pp. 113-132. (ISBN: 9788436273922)

Vanda Anastácio, “Cinco razões para visitar o Palácio Fronteira”, Revista do Turismo de Lisboa nº 177, Setembro, 2018.

Depoimento de Dom José Mascarenhas, na secção “Património” da Revista Interpares, nº 4, Associação da Nobreza Portuguesa, Scribe Editora. 

 

Promoção do Livro e da Leitura

No dia 24 de Março, no intuito de fomentar o interesse pelo livro e pela leitura, e dinamizar o ponto oficial de Bookcrossing – Palácio Fronteira, que existe desde 12 Agosto de 2017 (junto à máquina de vending, ao lado da loja) a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna realizou o I Encontro para troca de livros Bookcrossing do Palácio Fronteira. http://www.bookcrossing.com

 

Homenagens, Efemérides e Celebrações  (100 participantes)

No dia 17 de Janeiro, a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna realizou uma sessão pública de Homenagem a Álvaro García de Zúñiga (17.01.1958-23.04.2014), na data em que se cumpriram 60 anos do seu nascimento e no ano em que se cumpriram quatro anos da sua morte, de acordo com o seguinte programa: I – Sessão de abertura pelo Presidente do Conselho Directivo da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, Dom José Mascarenhas; II –  Depoimentos de Maria João Seixas “Álvaro, um menino grande, extravagante e sem fronteiras”, António Feijó “Álvaro e o Shakespeare, um Othello radiofónico” e Teresa Albuquerque “Manuel e o Quixote para o século XXI”; III – Leituras “Logos com spiegelei” por Fernando Mora; IV – Concerto “Power Log” pelo POWER TRIO – Joana Sá (piano), Luis Martins (guitarra) e Eduardo Raon (harpa).

No dia 2 de Outubro a FCFA juntou-se à iniciativa do Centro Português de Fundações de celebrar o Dia das Fundações e Doadores e organizou uma sessão pública destinada a dar a ver as realizações levadas a efeito no ano anterior bem como os projectos e curso. 

A sessão teve o seguinte programa e participantes: I – Breve balanço das actividades desenvolvidas pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna no cumprimento da sua missão, pelo Presidente do Conselho Directivo, Dom José Mascarenhas; II – “A Missão da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna: alguns desafios”, pela Assessora Cultural da Fundação, Vanda Anastácio; III – “A Aposta na formação em ambiente real. Sobre a parceria estabelecida no âmbito do Programa “Study in Portugal”. Intervenção dos Representantes da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Michal Baum e Paula Vicente; IV – “Apostar na formação e reforçar sinergias: a parceria entre a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e o Instituto Politécnico de Lisboa”. Intervenção dos Representantes do Instituto Politécnico de Lisboa, Elmano da Fonseca Margato e Ana Cristina Miranda Perdigão; V – “Festival de Música Fernando Mascarenhas”. Depoimento de Ana Beatriz Manzanilla e Pedro Saglimbeni Muñoz; VI – A abertura a novos públicos. Exibição de curto vídeo da autoria de Carlos Marrecos, gravado no Palácio Fronteira, relativo ao projecto “Mãos que Cantam”, dirigido pelo Maestro Sérgio Peixoto.

 

Aposta na Formação

Durante o primeiro semestre de 2018 concretizaram-se as negociações iniciadas há cerca de dois anos com a Universidade de Lisboa e com a Fundação Luso-Americana, respectivamente, para o Desenvolvimento no sentido de acolher na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna jovens interessados em receber formação sobre o palácio Fronteira no âmbito do turismo cultural. 

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna estabeleceu protocolos de colaboração com ambas as instituições e recebeu estagiários vindos, respectivamente, do Programa interuniversitário de Pós-Graduação em Estudos de Turismo e Comunicação da Universidade de Lisboa e do Programa Study in Portugal da FLAD. A Fundação acolheu, forneceu supervisora de estágio (Prof. Doutora Vanda Anastácio) e deu formação a duas estagiárias, Soraia Ferreira e Arnesia Young, enviadas por estes dois programas. 

O sucesso desta experiência levou à criação, por parte da Fundação, de um programa de estágio extracurricular e à abertura de um concurso para admissão de novos estagiários.

O programa de estágios extracurriculares acolheu em 2018 duas estagiárias (Soraia Ferreira e Susana Bravo) e prosseguirá em 2019.

 

Estabelecimento de Parcerias com Instituições de Ciência e de Cultura

1. Durante o primeiro semestre de 2018 foi implementado o protocolo assinado em 28 de Julho de 2017, entre o Instituto Politécnico de Lisboa, com sede na Estrada de Benfica nº 529 – 1549-020 Lisboa, e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, para cooperação entre as duas instituições com o fim de realizar, em moldes a definir oportunamente, caso a caso, actividades de índole cultural, académica e científica. 

Ao abrigo deste protocolo, os alunos da Escola Superior de Comunicação Social gravaram em vídeo os concertos organizados pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna que tiveram lugar no Palácio Fronteira nos dias 5 de Janeiro, 20 de Fevereiro, 19 de Março, 8 de Maio, 17, 23 e 24 de Junho, 21, 23 e  24 de Setembro e 30 de Outubro.

2. Foi assinado em 9 de Novembro de 2017, entre a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, um protocolo de cooperação para a realização de estágios curriculares destinados aos alunos da FLUL do 2º ciclo de estudos em Turismo e Comunicação, o qual se rege pelo “Regulamento do Estágio de Natureza Profissional do Ciclo de Estudos de Mestrado em Turismo e Comunicação”, publicado no Despacho nº 3650/2013 no Diário da República 2ª série, nº 47 de 7 de Março de 2013.  

Ao abrigo deste protocolo a Fundação acolheu a estagiária Soraia Ferreira durante os primeiros 4 meses de 2018.

3. Foi assinado em Junho de 2018 com a Associação Luso Americana para o Desenvolvimento um protocolo de cooperação para a realização de estágios curriculares de dois meses destinados aos alunos inscritos no programa Study in Portugal. 

Ao abrigo deste protocolo a Fundação acolheu o estágio de Arnesia Young, aluna do Curso de História de Arte na Universidade de Brigham Young, Provo, Utah, EUA, durante os meses de Junho e Julho.

 

Turismo Cultural

 

Passeios Temáticos (750 participantes)

Nos dias 22 de Janeiro, 3 de Fevereiro e 10 de Março, realizaram-se três passeios temáticos aos jardins do Palácio Fronteira (em português e francês), guiados pela historiadora de arte Ana Paula Rebelo Correia, com o título Um jardim e os seus azulejos: o jardim do Palácio Fronteira, a 47 pessoas.

No dia 14 de Abril, realizou-se 1 passeio temático aos jardins do Palácio Fronteira (em português e francês), guiados pela historiadora de arte Ana Paula Rebelo Correia, com o título O Passeio dos Deuses: Mitologia e Alegoria nos jardins do Palácio Fronteira, a 13 pessoas. 

Nos dias 6 de Junho, 5 de Julho, 5 de Setembro, 3 Novembro e 15 Dezembro, realizaram-se 5 passeios temáticos ao Palácio Fronteira e aos seus jardins (em português e francês), guiados pela historiadora de arte Ana Paula Rebelo Correia, com o título O Palácio e os seus azulejos – iconografia, mitologia e alegoria), a 92 pessoas.

Nos dias 14 de Junho, 17 de Julho e 16 Outubro, realizaram-se 3 passeios temáticos ao Palácio Fronteira (em português e inglês), guiados pela estagiária Soraia Ferreira, com o título Figuras Literárias das Casas de Fronteira e Alorna, a 29 pessoas.

No dia 19 de Maio, realizou-se a sessão cultural XXXIX Encontro de Curso da Universidade de Coimbra. A sessão contou com o passeio temático O Passeio dos Deuses: Mitologia e Alegoria nos jardins do Palácio Fronteira, com um roteiro que incluiu o exterior e o interior do palácio, orientado por Ana Paula Rebelo Correia, a 37 pessoas.

Entre Agosto e Dezembro de 2018, fez-se a experiência de dinamizar as visitas ao interior do palácio da parte da tarde. Sempre que foi possível encontrar datas disponíveis foram realizados os seguintes passeios temáticos e visitas guiadas:

    • • 15 passeios temáticos ao Palácio Fronteira e seus jardins, guiados em francês e em português, por Ana Paula Rebelo Correia, nos dias 23 e 30 de Abril, 3, 7, 17, 21 e 30 de Maio, 4, 11 e 25 de Junho, 30 de Julho, 6, 13 e 20 de Agosto e 10 de Setembro. Total de visitantes: 200 pessoas. 
    • • 28 visitas guiadas ao Palácio Fronteira, em inglês e português, por Soraia Ferreira, realizadas nos dias 3 e 31 de Julho, 7, 14, 21, 28 e 31 de Agosto, 4, 6, 13, 14, 17, 20, 27 e 28 Setembro, 2, 8, 12, 19, 22, 23 e 24 de Outubro, 5, 29 e 30 de Novembro, 4, 12 e 28 Dezembro. Total de visitantes: 332 pessoas.    

 

Actividades Destinadas a Públicos com Necessidades Especiais

Durante o ano de 2018 foram dados os primeiros passos para o alargamento da oferta cultural da Fundação a públicos com necessidades especiais. Uma vez que a configuração dos espaços visitáveis no Palácio Fronteira não permite acolher visitantes que necessitem de cadeiras de rodas para a sua deslocação, procurou-se contrabalançar, em parte, essa dificuldade através da disponibilização de equipamentos que permitam a fruição dos espaços a pessoas com limitações de outro tipo. Neste sentido foi desenvolvido um roteiro de visita aos jardins em língua gestual portuguesa, que passou a estar disponível em vídeoguias destinados a visitantes surdos http://realizasom.com/pt/projetos/patrimonio/audio-guias-no-palacio-fronteira. Prevê-se para breve a ampliação do alcance deste dispositivo através da disponibilização do mesmo roteiro em língua gestual internacional. 

Desde Novembro, o Palácio Fronteira encontra-se representado na plataforma TUR4all https://www.tur4all.pt/resources/palacio-fronteira através da qual passará também a divulgar a sua oferta cultural.

 

Actividades Dirigidas ao Público Infanto-juvenil (560 participantes)

No dia 16 de Maio, realizou-se 1 sessão da COMUNIDADE DE LEITORES JUVENIL, Ler no Palácio Fronteira, com 22 alunos do 8º ano de escolaridade do Instituto dos Pupilos do Exército. A obra debatida nesta sessão foi A Eneida, adaptação de João de Barros. A iniciativa contou com a dinamização de Antónia Brandão. Nesta sessão estiveram presentes: além de Antónia Brandão, Vanda Anastácio, o Professor Paulo Jorge, delegado de português do IPE.   

No dia 13 de Novembro realizou-se uma actividade cultural em torno da literatura portuguesa Lisboa na Voz dos Poetas, em parceria com o Instituto dos Pupilos do Exército – com 42 alunos do Instituto e a colaboração da professora de português do IPE Carla Jorge Alves (e 9 professores do IPE).

Durante o ano de 2018 a Fundação estabeleceu uma colaboração regular com a empresa COOLTOURS COOLTURE TOURS para a realização de visitas temáticas orientadas destinadas ao público infantil. Estas visitas têm tido grande adesão e têm sido noticiadas a comunicação social.

No dia 1 de Junho, a Coolture Tours realizou 1 passeio temático “Piquenique com a Marquesa” aos jardins do Palácio Fronteira, a 51 crianças (e 9 monitores) na faixa etária do 4 anos, do Externato Manuel Bernardes, de Lisboa.

No dia 16 de Julho, a Coolture Tours realizou 1 passeio temático “Piquenique com a Marquesa” aos jardins do Palácio Fronteira, a 29 crianças (e 4 monitores) na faixa etária dos 6-10 anos.

Nos dias 2, 23 e 26 de Junho, 3, 7, 28 e 31 de Junho, 4 e 8 de Agosto, 29 de Setembro, 13 de Outubro e 10 de Novembro, a Coolture Tours, realizou 12 passeios temáticos “Piquenique com a Marquesa” aos jardins do Palácio Fronteira, a 178 adultos e 163 crianças. 

No dia 14 de Agosto, a Coolture Tours realizou 1 passeio temático “Piquenique com a Marquesa” aos Jardins do Palácio Fronteira, a 20 crianças (e 6 monitores).

No dia 4 de Outubro, a Coolture Tours realizou 1 passeio temático “Piquenique com a Marquesa” aos Jardins do Palácio Fronteira, a 22 crianças (e 2 monitores).

 

Acolhimento de Visitas de Estudo  (130 estudantes)

No dia 21 de Abril, realizou-se uma visita ao Palácio Fronteira, a 48 alunos do Curso “As Artes Decorativas no Espaço Residencial: entre a vivência e a musealização”, guiada pela Professora Doutora Teresa Leonor M. Vale (ARTIS-IHA, FL-UL).

No dia 30 de Abril, realizou-se uma visita aos Jardins do Palácio Fronteira, a 10 formandos, do curso de Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes (nível 2), no âmbito do módulo de História de Arte de Jardins, dos Serviços de Formação Profissional de Lisboa do Instituto de Emprego e Formaçao Profissional (IEFP).

Nos dias 2 e 3 de Maio, realizaram-se duas visitas “Descobrir os Jardins do Palácio Fronteira”, por Rita Marques e Margarida Sá Domingues, a 26 crianças e 21 crianças, respectivamente.

No dia 7 de Agosto, realizou-se uma visita ao Palácio Fronteira e seus Jardins, a 25 pessoas, do “Projecto Somos por Si”, dinamizado pela Fundação São João de Deus, instituição Particular de Solidariedade Social.  

 

Comunicação e Difusão

Site da Fundação

Ao longo do ano foram sendo introduzidas as informações das actividades culturais e outras informações pertinentes. Foram também introduzidos no site avisos relativos aos dias em que as visitas ao Palácio não estão disponíveis devido a alugueres de espaço. 

Procedeu-se à actualização de parte da informação relativa à família e à orgânica administrativa da Fundação disponibilizada no site. Prevê-se que, a breve trecho, o site da Fundação passe a estar disponível também em inglês.

Durante o primeiro semestre de 2018 inicou-se o processo de revisão e actualização do site da Fundação. Com o apoio do Presidente do Conselho Executivo, Dom António Mascarenhas, foi selecionada uma empresa externa com a qual foram já estabelecidas as linhas gerais de renovação a implementar. Prevê-se que produção de conteúdos e a construção do site em inglês e em português avance rapidamente em 2019.

(403.834 visitantes do site )

 

Redes sociais e Multimédia

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna continuou a fazer a difusão das suas actividades através das suas páginas do facebook. 

( https://www.facebook.com/fronteira.alorna/   4.798 seguidores)

( https://www.facebook.com/PalacioFronteira/ 3.304 seguidores)

A gestão do perfil do Instagram sofreu um impulso no final de 2018, quando passou a contar com o apoio da estagiária Soraia Ferreira e aumentou dramaticamente o número de seguidores. (840 seguidores)

 

Filmagens e Sessões Fotográficas

No dia 29 Março, cedência dos Jardins do Palácio Fronteira, para captação de imagens, para a Revista National Geographic International, que publicará, no Outono de 2018, um volume ilustrado de 192 páginas sobre Lisboa “Walking Lissabon”, a ser distribuído na Alemanha, Áustria e Suíça. 

Em Abril, cedência dos jardins do Palácio Fronteira, para captação de duas imagens dos espaços azulejados, para integrar a Revista EPICUR Verão 2018, para um artigo sobre Azulejos de Lisboa. 

No dia 21 de Junho, cedência do Palácio Fronteira e seus Jardins do Palácio Fronteira, para filmagens de um episódio dedicado a Jardins Portugueses, para o programa Australiano “Better Homes and Gardens TV”, esta produção contou com o apoio da Associação do Turismo de Portugal. 

No dia 26 de Junho, cedência do Palácio Fronteira e seus Jardins, para captação de uma imagem dos espaços azulejados, pelo fotografo Fernando Veiras, para integrar um livro sobre Lisboa, a publicar pela Editora Majericon.

No dia 22 de Agosto, cedência da Sala das Batalhas do Palácio Fronteira, para a captação de imagens dos painéis das Batalhas da Guerra da Restauração, para serem exibidas na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, em Novembro-Dezembro 2018, pela produtora audiovisual Digital Mix Música.

No dia 31 de Agosto, cedência dos Jardins do Palácio Fronteira, para captação de imagens, pelo fotografo José Carlos Nascimento – Estudio da Villa, para a reedição do livro Lisboa, Livro de Bordo de José Cardoso Pires, a ser publicado em Outubro de 2018.

Em Novembro, cedência da Capela do Palácio Fronteira, para captação de imagens para ficha do catálogo de inventário dos retábulos.

 

Peças noticiosas 

Entrevista a Vanda Anastácio sobre a programação cultural da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna no programa Império dos Sentidos, Antena 2 da RDP, no dia 22 de Junho de 2018.

 

Conferências

No dia 21 de Fevereiro, conferência “Um fio contínuo: arquitectura, decoração e iconografia dos jardins do Palácio dos Marqueses de Fronteira”, apresentada por Ana Paula Rebelo Correia, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a convite do AzLab.

No dia 15 de Novembro, conferência “Was the Marchioness of Alorna (1750-1839)  Cosmopolitan?” apresentada por Vanda Anastácio na Universidade de Brigham Young (Provo, Utah, EUA) a convite dos Departamentos de Global Women Studies e European Studies.

No dia 27 de Novembro, conferência “Revisitando a Guerra de Tinta 1640-1839): uma reflexão sobre as línguas e culturas ibéricas” apresentada por Vanda Anastácio na Universidade de Brigham Young (Provo, Utah, EUA), a convite do Departamento de Espanhol e Português.

 

Publicações em curso 

Aguardam publicação com o apoio da Fundação as seguintes obras:

    • Escritos do Cárcere de D. João de Almeida Portugal (2º Marquês de Alorna) Transcrição, Fixação do texto e anotação de Vanda Anastácio (no prelo).
    • Diário de Viagem de D. Constança da Câmara Transcrição, Fixação do texto e anotação de Pedro Urbano (no prelo).
    • Os Estuques do Palácio Fronteira, Isabel Mendonça (no prelo).
    • Iconografia Musical do Palácio Fronteira, coord. Luís Correia de Sousa (no prelo).
    • Um retrato de João IV nos azulejos da Galeria dos Reis Ana Paula Rebelo Correia (no prelo).

 

Biblioteca

O catálogo on-line da Biblioteca do Palácio encontra-se em reformulação, continuando a fazer-se o refinamento dos termos de pesquisa. 

Foi solicitado um orçamento para a desinfestação e higienização do acervo documental da Biblioteca do Palácio, com vista a um pedido de patrocínio para a realização deste trabalho. Dado o elevado custo da tarefa, aguarda-se a oportunidade de angariação de apoios para o efeito.

 

Apoios à Difusão

Em 2018 a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna contou com o apoio na divulgação das suas actividades das seguintes entidades: Antena 2, Câmara de Comércio Luso-Sueca, Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, Associação de Turismo de Lisboa, Centro Português de Fundações, Associação Portuguesa das Casas Antigas, Instituto de Nobreza, Instituto Politécnico de Lisboa, Institut Français du Portugal, British Council, Embaixada da Suíça, American Club of Lisbon,  Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Editora Caminho, Editora Dom Quixote do Grupo Leya, Camerata Atlântica, Escola Superior de Música de Lisboa, Althum, Ars Luminae, Embaixada do Brasil em Lisboa, Embaixada da Áustria em Lisboa, Instituto Politécnico de Beja e Museu de História Natural de Beja.

 

Prémios e Distinções

O TripAdvisor (www.tripadvisor.com.br), voltou a atribuir ao Palácio Fronteira o Certificado de Excelência de 2018, resultado dos feedbacks positivos dos visitantes.  

Por deliberação do Executivo da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, datado de 19 Setembro 2018, foi atribuída a Medalha de Mérito da Freguesia à Fundação das Casas de Fronteira e Alorna como reconhecimento público pelo relevantes serviços culturais e turísticos prestados à Freguesia de São Domingos de Benfica, tendo a sua acção sido considerada como um exemplo para as actuais e futuras gerações.

Por deliberação do Executivo da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, datado de 19 Setembro 2018, foi atribuída a Medalha de Mérito da Freguesia a título póstumo a Dom Fernando Mascarenhas, 12º Marquês de Fronteira, como reconhecimento público pelos relevantes serviços prestados à Freguesia de São Domingos de Benfica, tendo a sua acção sido considerada como um exemplo para as actuais e futuras gerações.

Em Novembro, a fotografia de Jorge Maio “Palácio Fronteira at Night – Terrace” foi distinguida no top “20 best pictures” de entre um conjunto de cerca mil fotografias, por um Júri Oficial composto por fotógrafos profissionais, que integrou Olivier Curtis (Reino Unido), Jean Pierre (Belgium e Mark Thackara (Reino Unido), no concurso  “European Heritage Photographer of the Year”. http://heritagephotos.eu/events/european-historic-housing-association/entries/846/

 

Participação e Colaboração com Entidades Associativas

A Fundação continuou a ser membro activo das associações:

Centro Português de Fundações

Associação de Turismo de Lisboa

Associação Portuguesa das Casas Antigas

Associação Portuguesa dos Jardins Históricos

Associação das Aldeias Históricas de Portugal

Turismo Acessível

 

Cedência de Instalações

Nos dias 18 de Janeiro, 15 de Fevereiro, 8 de Março, 18 de Julho, 25 de Setembro e 12 de Dezembro, cedência de espaço para realização de reuniões de trabalho da Direcção da Associação Portuguesa das Casas Antigas.

Nos dias 25 de Janeiro, 15 de Março, 3 de Maio, 19 de Junho e 25 de Julho, 19 de Setembro e 12 de Novembro, cedência de espaço para realização de reuniões de trabalho da Direcção do Instituto da Nobreza Portuguesa.

No dia 31 de Janeiro, cedência de espaço, ao abrigo do protocolo assinado entre o Instituto Politécnico de Lisboa e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, para realização de uma reunião de trabalho com o tema MobilidadeNET, Novos desafios na gestão da mobilidade internacional no Politécnico de Lisboa, para a apresentação da solução informática MobilidadeNET. No intervalo desta reunião de trabalho, realizou-se uma visita guiada aos jardins e Palácio Fronteira oferecida pela Fundação a todos os participantes.

No dia 14 de Março, cedência da Sala das Batalhas para a realização da Assembleia Geral do Centro Português de Fundações.

No dia 24 de Março, cedência de espaços do pátio exterior do Palácio Fronteira para realização da “III Feira sem ladra / Marché sans puces / Flealess Market”, à Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.

Nos dias 26 de Abril e 25 de Maio, cedência das Sala das Batalhas, para a realização de duas palestras do ciclo Primavera 2018 – Acerca de Jardins, organizado pela Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH), de acordo com o seguinte programa:

    • • 26 de Abril – palestra “Jardins do Rio de Janeiro: um breve panorama”, por Carlos Terra. Esta sessão contou com uma visita guiada de Cristina Castel-Branco aos jardins do Palácio Fronteira.
    • • 25 de Maio – palestra “Burle Marx: o pintor e o paisagista”, por Jacques Leenhardt.

No dia 24 de Maio, cedência do Palácio Fronteira, para a entrega dos prémios do projecto SOS-Azulejo 2017.

No dia 27 de Maio, cedência dos Jardins do Palácio Fronteira, para a realização do “Festival Lisboa Jardins Abertos“, projecto social organizado pela equipa Tomás Tojo, Rosana Ribeiro, Ana Rita Simões, Maria Albergaria, Rodrigo Pereira, Mafalda Bivar, Rita Gama e Rita Pereira, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.  

No dia 4 de Junho, cedência da Sala das Batalhas para a realização da Assembleia Geral da Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.

No dia 11 de Junho, cedência da Sala das Batalhas para a realização da Assembleia Geral da Associação Portuguesa das Casas Antigas.

No dia 28 de Junho, cedência da Sala das Batalhas para a apresentação da revista Interpares nº 4, dedicada à época da Guerra da Restauração e aos 350 anos da paz de Madrid-Lisboa, da Associação da Nobreza Portuguesa, editada pela Scribe Editora. 

No dia 25 de Julho, cedência da Sala das Batalhas para a realização da Assembleia Geral do Instituto da Nobreza Portuguesa. 

No dia 24 de Setembro, cedência do Palácio Fronteira à Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, para a realização de um concerto seguido de jantar, com a soprano Teodora Gheorghiu e a pianista Joana Barata.

Nos dias 7, 17, 19 e 28 Novembro, cedência do Palácio Fronteira à Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, para a realização do Curso de Escrita Criativa, coordenado por Patricia Reis.

No dia 13 de Novembro, cedência dos Jardins do Palácio Fronteira, para a realização de uma actividade cultural em torno da literatura portuguesa “Lisboa na Voz dos Poetas”, ao Instituto dos Pupilos do Exército, – com 42 alunos do Instituto e a colaboração da professora de português da mesma instituição, Carla Jorge Alves.

No dia 13 de Novembro, cedência da “Loggia” do Palácio Fronteira, para a realização de uma reunião de trabalho, da Associação Portuguesa de Jardins Históricos.

No dia 22 Novembro, cedência da Sala das Batalha, para a apresentação do livro Memórias da Última Condessa de Autoguia, de Ibsen Noronha (Universidade de Coimbra), da Editora Caminhos Romanos. A apresentação foi realizada pela Senhora Duquesa de Bragança e pelo Reverendo P. Diogo Correia.

No dia 27 de Novembro, cedência do Palácio Fronteira à Associação dos Amigos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, para a realização de um jantar/debate com José António Falcão, subordinado ao tema “1669-2019: Revisitar Mariana Alcoforado, nos 350 anos das Lettres Portugaises”.

 

ANEXO 1

Balanço /Ratio de ocupação dos Espaços

Como orientação, e para não se perder de vista o equilíbrio na ocupação dos espaços, o Gabinete Cultural continua a manter e a actualizar o registo do número de pessoas e do número de dias ocupados pelas actividades culturais.

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Vanda Anastácio

Dezembro de 2018

 

Acções de Conservação e Restauro do Património da Fundação

Em 2018 foi dada continuidade às obras de conservação e manutenção do património da Fundação, de acordo com os estatutos da Fundação, a seguir discriminadas: 

  • • Restauro de 2 cadeiras de mogno com elemento decorativo em raiz de mogno emoldurado por fios de latão no cachaço e nas costas e assento em palhinha e trempe em H (CAD-311 E e CAD-311 F);
  • • Concerto de madeiras do chão das diversas salas e corredores;
  • • Renovação das cortinas das Salas de Juno e 4 Estações;
  • • Renovação dos sofás das salas;
  • • Colocação de novo pavimento da “Loggia”;
  • • Reparação dos fechos das portas;
  • • Substituição e reforçamento dos elementos metálicos nas ligações das balaustradas (INOX316L);
  • • Restauro do Altar da Capela;
  • • Restauro do Terraço da Capela (Artes);
  • • Restauro dos bustos da Galeria dos Reis;
  • • Restauro dos Azulejos do Terraço das Artes e da zona da casa do fresco;
  • • Restauro dos azulejos interiores;
  • • Instalação do Painel de Fevereiro;
  • • Inventário sistemático dos azulejos que estavam em armazém;
  • • Arranjo, drenagem e iluminação das floreiras dos Painéis das Artes;
  • • Implementação de rega gota a gota no Jardim de Vénus;
  • • Iluminação do Jardim de Vénus, Galeria dos Reis, Jardim Formal e Jardim Contemporâneo + Galeira das Artes;
  • • Limpeza da Mata e retirada das árvores caídas do jardim e da quinta/hortas;
  • • Compra de 5 lanternas;
  • • Arranjo de cadeiras;
  • • Arranjo de um par de mesas de jogo;
  • • Construção de uma plataforma (para servir de transporte ao armário “Loggia”);
  • • Desmontagem e montagem de armários da cozinha;
  • • Restauro de um biombo pequeno;
  • • Restauro da Peanha do Relógio Francês – Inv.  PIN- 282A);
  • • Restauros dos dois globos (Inv. GLO-0015 e 0016);
  • • Restauros par de armários da cozinha;
  • • Colocação de fechaduras nos armários de cozinha;
  • • Restauro do Armário Loggia (Inv. ARM-0111);
  • • Restauro  Cadeira Luis XVI (Inv. CAD-0049);
  • • Restauro das Cadeiras em Mogno (Inv. CAD-311B e 311D);
  • • Vários trabalhos de manutenção.

Para além das obras descritas anteriormente, no momento da elaboração do presente relatório, estão ainda em curso os seguintes restauros:

  • • 6 cadeiras de braços Luís XVI em nogueira com estofo nos assentos, braços e costas (CAD – 403 A/F);
  • • 1 mesa conventual (MES-0113);
  • • 1 secretária Davenport em pau santo com tampo forrado a pele gravada (SEC-0034);
  • • 1 cadeira em pau santo com costas vazadas, sem trempe e assento em palhinha (CAD-136 D).

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