Em cumprimento da alínea a) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cuidar do seu património material)
Ao longo do ano prosseguiram as obras de conservação e restauro da estrutura arquitectónica do Palácio Fronteira, a qual, graças à colaboração da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e do IPPAR, progrediu de forma notável. No que respeita aos revestimentos azulejares, foi prosseguido o trabalho anteriormente desenvolvido
Quanto à estrutura arquitectónica, foi picada, rebocada e pintada a parede exterior da Sala das Batalhas, feita nova cobertura, incluindo estrutura metálica, donde ficou suspensa a estrutura em madeira, e restauradas as paredes e o tecto no interior, com excepção da figura da paz. Também a Entrada foi restaurada, tendo-se procedido à colocação de nova cobertura, incluindo restauro da estrutura de madeira antiga, bem como limpos e restaurados o tecto e as paredes. Na Sala dos Painéis foi igualmente refeita a cobertura e restaurada a estrutura anterior; falta porém fazer a consolidação interior e restauro dos estuques e pinturas no interior. Deu-se ainda início à recuperação da Biblioteca. Todas estas obras foram a cargo da D.G.E.M.N. que se encarregou também da sua supervisão, sem prejuízo do acompanhamento da mesma por membros do Conselho Executivo, nomeadamente do Sr. Secretário-Geral; a firma encarregue dos trabalhos estruturais foi a Lourenço Simões e Reis e a dos restauros interiores foi a Junqueira 220.
Por outro lado, foi aberto concurso e feita a obra de drenagem e impermeabilização da fachada Poente da ala do séc. XVIII pela Quinagre, e deu-se início às obras de recuperação da mesma ala, graças a um subsídio plurianual do IPPAR.
Foi ainda concluída a reconversão da “Garaje” Norte para Escritórios da Fundação.
Foram feitas algumas pequenas obras em dependências anexas.
Foi aberto concurso para o projecto de recuperação dos Jardins ao abrigo do Protocolo com o IPAMB e o ICN e procedeu-se à preparação do Programa de Educação Ambiental.
Quanto aos azulejos, continuou-se a limpeza, consolidação e tratamento contra fungos, algas, líquenes e outros microorganismos in situ de diversos painéis. Foi feita a restituição pictórica a frio de dois painéis das floreiras da Galeria das “Artes Liberais” no Terraço. Concluiu-se que não seria possível proceder ao levantamento do grande painel triangular de Apolo devido à morosidade e à grande quebra de azulejos verificada no processo.
Foram ainda restauradas algumas peças de mobiliário e de porcelana.
Foi concluído o restauro, pelo Mestre Amaro Lima da estátua lateral Poente do lado Norte do Jardim, que foi recolocada no seu lugar, o qual foi financiado pelos “Amigos da Fundação”. Foi também restaurada, a cargo da D.G.E.M.N., uma estátua do Tanque dos Pretos.
Foram facultados dois estágios de quinze dias a alunas da Escola Profissional de Recuperação de Património de Sintra e um mais prolongado a uma aluna da mesma escola que fez no Palácio o seu trabalho para a Prova de Aptidão Profissional, todas na área da Azulejaria e, na área da escultura em pedra um estágio para uma Prova do mesmo tipo que consistiu na recuperação da estátua de D. João VI.
Em cumprimento da alínea b) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cultivar o seu património cultural)
Património Referido na alínea a) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. (Património cultural corporizado no seu património material e o relativo à família que o construiu e preservou, a cuja história está indissoluvelmente ligado)
Como sempre, foram facultados:
– acesso gratuito aos Jardins, Mata e Palácio para visitas de estudo, quer individuais quer de grupos, que seria fastidioso enumerar.
– autorização gratuita para fotografar os Jardins e Palácio para certos fins.
De entre as publicações assinalam-se as seguintes: Referências em livros: “Tile” de Jill Herbers, com fotografias de Roy Wright. Nova edição em formato de bolso da versão portuguesa do livro de Pascal Quignard “A Fronteira” da editora Quetzal.
Com as verbas previstas no projecto subsidiado pela JNICT foram adquiridos dois lotes de manuscritos, compostos essencialmente por correspondência entre o 2º Marquês de Alorna e sua mulher e filhas, além de alguns livros, também relevantes para o estudo de Alcipe. Foram além disso adquiridos pela Fundação mais alguns manuscritos de interesse para a casa, incluídos nos referidos lotes.
Foi oferecido por D. José Mascarenhas o livro “Relaciones Genealogicas de la casa de los Marqueses de Trocifal”, impresso em 1656, de interesse para a família.
Para a comemoração dos 500 anos da concessão do Título de Dom a Fernão Martins Mascarenhas organizou-se um Jantar de Homenagem, no dia 8 de Fevereiro, para o qual foram convidados os representantes dos “títulos que floresceram deste ilustre tronco”. Ainda integrado na comemoração, foi apresentada uma comunicação durante a terceira sessão do “Encontro sobre as Transformações na Sociedade Portuguesa 1480-1570” por Humberto Baquero Moreno, seguido de um recital por Ana Tomasik ao piano, Nuno Silva, clarinete e Adja Zupancic, violoncelo, da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Com relevo ainda para este ponto, saliente-se: A conferência de Teresa Almeida sobre a Marquesa de Alorna e inauguração de uma Exposição Documental sobre o mesmo tema na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian em Ponte de Sor. A conferência de Lilian Pestre de Almeida intitulada “Os Jardins de Fronteira no Labirinto da Significação”, realizada no mesmo local. A Exposição-Instalação de Regina Chulam que consistiu em nove pinturas e onze apontamentos na Sala dos Painéis à volta de Fernando Mascarenhas e do Palácio Fronteira. A exposição de pintura de Maria Margarida George na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian, em Ponte de Sor. A conferência intitulada “O Palácio Fronteira” proferida por Lilian Pestre de Almeida integrada num ciclo sobre Programas Iconográficos e Decorativos de Jardins Portugueses. O Curso orientado por Aurora Carapinha intitulado “A Quinta de Recreio como ponto de encontro entre Ambiente e Cultura”. O Curso sobre “Análises Iconográficas e Iconológicas – Questões de Método. Teoria e Práctica” orientado por Lilian Pestre de Almeida, em que foi apresentado um trabalho por Fernando Mascarenhas sobre a pintura mural central do quarto de aparato. O “Magusto Poético” que decorreu no Palácio Fronteira, em que se usaram motes de Alcipe. O Seminário dirigido por Jacinto Rodrigues sobre “O Palácio Fronteira – Uma situação exemplar de relação com o ambiente”. A conferência proferida por Teresa Almeida e Fernando Mascarenhas na Fundação Calouste Gulbenkian, intitulada “A correspondência da Marquesa de Alorna”.
Edição Crítica da Obra da Marquesa de Alorna
Foi celebrado com a JNICT um contrato para proceder ao “Levantamento Documental e Bibliográfico”, com vista à Edição Crítica da obra da Marquesa de Alorna, tendo-se no seu âmbito procedido à microfilmagem dos núcleos de documentação pertinente na Biblioteca Nacional de Lisboa e no arquivo Nacional da Torre do Tombo e fotocopiou-se um significativo núcleo de cartas de Alcipe existente no fundo Barca-Oliveira da Biblioteca da Universidade do Minho, em Braga; reproduziram-se os manuscritos existentes nos arquivos do Palácio Fronteira (obra poética) e transcreveu-se, em versão digitalizada, o texto integral dos 6 tomos das obras Poéticas, na edição da Imprensa Nacional (1844); iniciou-se a elaboração de fichas relativas ao núcleo de correspondência emitida e recebida por D. Leonor de Almeida Portugal e recolheu-se a bibliografia activa e passiva da autora.
A Fundação agradece a colaboração da Faculdade de Letras e da Biblioteca, ambas da Universidade de Coimbra.
Património Referido na alínea b) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. (Património cultural português e de influência portuguesa, o europeu e o da humanidade em geral)
A actividade da Fundação iniciou com a Semana Brasileira nos dias 12, 14 e 16 de Fevereiro: inauguração de uma Exposição-Instalação de Regina Chulam, recital de piano por Achille Picchi com o tema “O Piano na música brasileira” e um concerto intitulado “A canção de câmara brasileira” por Luíza Sawaya (canto) e Achille Picchi (piano).
Em Março e Abril continuaram as actividades com um Ciclo de Conferências sobre o Parque Florestal de Monsanto orientado por Souto Cruz, dividido em quatro sessões. I – “História” por Álvaro Tição. II – “Flora e Fauna” por Souto Cruz e Louro Alves. III – “Ordenamento e Futuro” por Souto Cruz. IV – “Educação Ambiental” por João Tremoceiro.
Durante o mês de Abril decorreu um Ciclo de Conferências sobre Programas Iconográficos e Decorativos de Jardins Portugueses em quatro sessões sendo a primeira intitulada “Repertório Iconográfico: storia/decorum nos jardins portugueses” proferida por Aurora Carapinha. A segunda sessão intitulada “Quinta da Bacalhoa” foi apresentada por Anísio Costa Franco. Seguiu-se “O Palácio Fronteira” proferida por Lilian Pestre de Almeida e por último “Paço Episcopal de Castelo Branco” por Ana Cristina Torreão Leite.
Em 29 de Abril decorreu uma conferência com o escritor Per Johns intitulada “Visões do Mundo: Língua, Literatura e Realidade”.
Em Maio teve lugar um Curso orientado por Aurora Carapinha intitulado “A Quinta de Recreio como ponto de encontro entre Ambiente e Cultura”, que foi distribuído em 7 sessões.
Durante o mês de Junho decorreu um Ciclo de Conferências sobre as Quintas de Recreio que se dividiu em 4 sessões. I – “Aspectos Científicos, Económicos e Sociais do Jardim nos sécs. XVII, XVIII e XIX” por Manuel Beja da Costa. II – “Vida e Significado Social” por Marieta Dá Mesquita. III – “História (criação, destruição e sobrevivência)” por Aurora Carapinha. IV – “Função Actual” por Maria João Dias Costa.
A 4 de Julho fez-se a apresentação da Exposição de Pintura de Miguel Barros intitulada “Goa em Lisboa”.
Entre Outubro e Novembro decorreu um Curso sobre “Análises Iconográficas e Iconológicas – Questões de Método. Teoria e Práctica” orientado por Lilian Pestre de Almeida.
A 17 e 18 de Outubro decorreu um Encontro sobre “Ambiente e Cultura” que teve como orientadores, Luísa Schmidt, Carlos Pimenta e João Nunes. Foram apresentadas comunicações por Salvatto Telles de Menezes, Maria Lúcia Lepecki, António Vitorino de Almeida, Fernando Mascarenhas, Miguel Faria, Bernard Kalaora, João Nunes, Carlos Guerra, Pedro Prista, Graça Saraiva e Luísa Schmidt. Como moderadores estiveram presentes Fernando Lopes, Carlos Couto S.C., Lagoa Henriques, Jorge Paiva e Maria de Lurdes Lima dos Santos. No final do encontro houve uma mesa redonda que foi moderada por Carlos Pimenta e contou com a participação de Ana Benavente, José Guerreiro, Paquete de Oliveira e Viriato Soromenho Marques.
Decorreu durante o mês de Novembro um Curso sobre “A utilização dos Recursos Naturais nas Quintas de Recreio” tendo como coordenadora Rita Theriaga Gonçalves e contou com a colaboração de Teresa Barão, Mário Fortes, Maria João Dias Costa e João Mateus.
Também no mês de Novembro teve lugar um Encontro sobre “As Transformações na Sociedade Portuguesa 1480 – 1570” que teve como orientadores Joaquim Romero Magalhães, José Augusto Cardoso Bernardes, Luís Adão da Fonseca, Mafalda Soares da Cunha e Rafael Moreira. Foram apresentadas comunicações por Rafael Moreira, Ana Goy, José Manuel Fernandes, Frei António José de Almeida, Juan M. Monterroso Montero, Marisa Costa, Nuno Espinosa Gomes da Silva, Barbara von Barghahn, Adélia Maria Caldas Carreira, A.H. Marques de Almeida, José Luís Cardoso, Isabel dos Guimarães Sá, Ivo Carneiro de Sousa, Mafalda Soares da Cunha, Fernanda Olival, João José Alves Dias, Teresa Vale, Maria Celeste Andrade Moniz, Edite Alberto, Aníbal Pinto de Castro, Margarida Vieira Mendes, José Augusto Cardoso Bernardes, Christopher Lund, António Manuel de Andrade Moniz, Luís Adão da Fonseca, Humberto Baquero Moreno, Américo da Costa Ramalho, Maria do Rosário Themudo Barata, Armindo de Sousa, Maria do Carmo Guimarães Rebello de Andrade, Lilian Pestre de Almeida, A.H. de Oliveira Marques, Luís Miguel Duarte, Joaquim Romero Magalhães e Armando Luís de Carvalho Homem. Durante o Encontro decorreu uma homenagem a Fernão Martins Mascarenhas.
No mês de Dezembro decorreu um Seminário dirigido por Jacinto Rodrigues sobre “O Palácio Fronteira – Uma situação exemplar de relação com o ambiente”. Este seminário contou com a colaboração de Marieta Dá Mesquita, Pedro George e Fernando Mascarenhas.
Refira-se que grande parte das actividades desenvolvidas em 1996 teve o apoio do IPAMB e do ICN ao abrigo do PROGRAMA AMBIENTE.
Em cumprimento da alínea c) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Promover a investigação, a criação artística e a formação cultural)
Dada a continuação da política de contenção de despesas não se procedeu à aquisição de livros, pelo que o enriquecimento da Biblioteca da Fundação ficou limitado a algumas ofertas, com excepção dos adquiridos com o apoio da JNICT.
Seguidamente referem-se dois projectos autónomos que são também relevantes para a alínea b) do ponto 1., tal como é entendida em qualquer das alíneas do ponto 3 dos Estatutos.
Protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor
No âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor tiveram lugar este ano as seguintes actividades que decorreram na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian dessa cidade:
Em 12 de Janeiro, conferência de Teresa Almeida sobre a Marquesa de Alorna e inauguração de uma exposição Documental sobre o mesmo tema.
Em 16 de Fevereiro, conferência de Francisco Martinho intitulada “As ideologias autoritárias e a crise da democracia no Brasil e em Portugal”, seguida de uma exposição de Óleos de Maria Lucília Moita.
Em 20 de Abril, conferência de Lilian Pestre de Almeida intitulada “Os Jardins de Fronteira no Labirinto da Significação” e inauguração da exposição de desenhos intitulada “Figuras de Estilo” do escultor António de Campos Rosado.
Em 4 de Maio, conferência de Gonçalo Ribeiro Telles intitulada “Paisagens Alentejanas” e inauguração da exposição “Paisagens” de Coca Froes David.
Em 28 de Junho, conferência de Maria João Seixas intitulada “A presença feminina na cultura portuguesa de hoje” e inauguração da exposição intitulada “As Escolhidas” de Graça Morais.
A 19 de Julho, leitura de poemas de Fernando Pessoa por Fernando Mascarenhas, seguido da inauguração da exposição de peças do Espólio da Casa Fernando Pessoa.
Em 11 de Outubro, lançamento do livro “Pássaro do Paraíso” de Maria Miguel, seguida da inauguração da Exposição de pintura de Maria Margarida George.
Em 8 de Novembro, conferência de Sallete Salvado intitulada “O Palácio Galveias” a que se seguiu a inauguração da exposição de pinturas “A pele mais próxima” de Marta Wengorovius.
Projecto Camões
O Instituto Camões renovou o subsídio para o período Julho 96 a Junho 97, tendo permanecido por períodos diversos no nº 5 do Sítio do Barcal os seguintes cidadãos brasileiros: Marco Luchesi, Francisco Martinho, Rogério Budasz, Angela Gonçalves, Alessandra Raimundo, José Clécio Basílio Quesado, Nelson Quadros, Per Johns, João B. Vargens, Marta Tavares de Oliveira, Lilian Pestre de Almeida, Adriano Espinola, Nelson Pôrto Ribeiro e Gilson Morais Motta.
Foram desenvolvidas no âmbito deste projecto as seguintes actividades, além das conferências de Francisco Martinho e Lilian Pestre de Almeida, já referidas no sub-capítulo anterior:
Em 12 de Janeiro, na casa Fernando Pessoa, Marco Lucchesi sobre “A Divina Comédia” de Dante.
Participação de Lilian Pestre de Almeida no Ciclo de Conferências sobre Programas Iconográficos e Decorativos dos Jardins Portugueses, em 22 de Abril, apresentando uma comunicação sobre o Palácio Fronteira.
Em 29 de Abril, conferência de Per Johns intitulada “Visões do Mundo: Língua, Literatura e Realidade”.
Durante os meses de Outubro e Novembro, Lilian Pestre de Almeida organizou um curso sobre “Análises Iconográficas e Iconológicas. Questões de Método. Teoria e Practica.”
Comunicação apresentada no “Encontro sobre as Transformações na Sociedade Portuguesa 1480 – 1570” por Lilian Pestre de Almeida intitulada “Francisco de Holanda, «cavaleiro e defensor da alta princesa Pintura».
Actividades em Colaboração com Outras Entidades
Ainda em Novembro teve lugar um “Magusto Poético” organizado em colaboração com a Casa Fernando Pessoa, que contou com a colaboração de Adília Lopes, Ana Hatherly, Luís Filipe Castro Mendes, Nuno Júdice e Vasco Graça Moura. Durante o Magusto cantou-se o fado: Mafalda Arnaut e Nuno Siqueira foram acompanhados de Luís Barros (guitarra) e Luís Sarmento (viola).
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