1997

Em cumprimento da alínea a) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cuidar do seu património material)

Ao longo do ano prosseguiram as obras de conservação e restauro da estrutura arquitectónica do Palácio Fronteira, a qual, graças à colaboração da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e do IPPAR, progrediu de forma notável. No que respeita aos revestimentos azulejares, foi prosseguido o trabalho anteriormente desenvolvido.

Quanto à estrutura arquitectónica, foi concluída a desmontagem e remontagem da fachada da Biblioteca e inteiramente refeita a cobertura, e restauradas as paredes e o tecto no interior. Deu-se início à recuperação da Capela e respectivo Nártex que ameaçavam ruína. Estas obras foram a cargo da D.G.E.M.N. que se encarregou também da sua supervisão, sem prejuízo do acompanhamento da mesma por membros do Conselho Executivo, nomeadamente do Sr. Secretário-Geral; a firma encarregue dos trabalhos estruturais foi a Lourenço Simões e Reis.

Por outro lado, procedeu-se à obra de recuperação estrutural da ala do séc. XVIII pela firma Camilo de Amorim, incluindo a Sala de Juno, que estava próxima da conclusão no final do ano, tendo a firma Junqueira 220 procedido à limpeza e recuperação do respectivo Quarto de Aparato; deu-se ainda início à recuperação das restantes coberturas. Estas obras foram financiadas graças a um subsídio plurianual do IPPAR.

Foram feitas algumas pequenas obras em dependências anexas.

Deu-se início à recuperação do muro que separa os Jardins ao abrigo do Protocolo com o IPAMB e o ICN.

Quanto aos azulejos, continuou-se a limpeza, consolidação e tratamento contra fungos, algas, líquenes e outros microorganismos in situ de diversos painéis. 

Foram ainda restauradas algumas peças de mobiliário e de porcelana.

Foram facultados dois estágios de média duração a alunos da Escola Superior de Restauro, ambos na área da Azulejaria, que tiveram início ainda em 1997. 

 

Em cumprimento da alínea b) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cultivar o seu património cultural)

Património Referido na alínea a) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. (Património cultural corporizado no seu património material e o relativo à família que o construiu e preservou, a cuja história está indissoluvelmente ligado)

Como sempre, foram facultados:

– acesso gratuito aos Jardins, Mata e Palácio para visitas de estudo, quer individuais quer de grupos, que seria fastidioso enumerar.

– autorização gratuita para fotografar os Jardins e Palácio para certos fins.

De entre as publicações assinalam-se as seguintes:

No nº 7 da Revista Monumentos, de Setembro, editada pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, que incluí um dossier especial dedicado ao Palácio Fronteira, com artigos de Marieta Dá Mesquita, Pedro Mascarenhas Cassiano Neves, Victor Mestre, Teresa Leonor M. Vale, Rodrigo Alves Dias, Fernando Mascarenhas, Carmen Almada, Luís Tovar Figueira, José Meco, Ana Paula Arnould, Lilian Pestre de Almeida, Francisco Sousa Lobo e João Pinharanda.

Magusto Poético 1996 – Antologia de motes e glosas – Adília Lopes, Ana Hatherly, Luís Filipe Castro Mendes, Nuno Júdice e Vasco Graça Moura, editado pela Câmara Municipal de Lisboa – Casa Fernando Pessoa, que tem por base o magusto que decorreu no Palácio Fronteira em 11 de Novembro de 1996. 

Com as verbas previstas no projecto subsidiado pela JNICT foram adquiridas 3 cartas com relevância para o estudo de Alcipe.

Foi oferecido por D. José Mascarenhas uma extensa carta de D. João de Almeida Portugal para seu pai, o I Marquês de Alorna, de interesse para a família.

Foram ainda adquiridos 20 documentos (escrituras, cartas, etc.) referentes à família Mascarenhas e em particular às propriedades na Índia, relevantes para este ponto, assim como um lote de jornais, um folheto e três estampas. Foram além disso adquiridos pela Fundação mais alguns manuscritos de interesse para a casa.

Com relevo ainda para este ponto, salienta-se: a comunicação apresentada por Estevão Pape e Fernando Mascarenhas com o tema “A caça nos azulejos do Palácio Fronteira”, no Ciclo de Conferências “A caça e a natureza”. O “Encontro sobre Alcipe e as Luzes” orientado por Aníbal Pinto de Castro, José Esteves Pereira, Manuela Delille e Teresa Almeida. O Curso intitulado “História da Azulejaria I” orientado por José Meco. A comunicação de Fernando Mascarenhas “A presença da natureza no imaginário do Palácio Fronteira” apresentada no Ciclo de Conferências sobre “O Imaginário português do ponto de vista da relação com a natureza”.

 

Edição Crítica da Obra da Marquesa de Alorna

Prosseguiram os trabalhos iniciados em 1996 no âmbito do contrato celebrado com a JNICT. Deu-se continuação à elaboração das fichas relativas ao núcleo de correspondência emitida e recebida por D. Leonor de Almeida Portugal, tendo-se procedido à passagem para papel dos microfilmes dos documentos do Arquivo da Casa Fronteira pertencentes aos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo.

Com as verbas previstas no projecto subsidiado pela JNICT foram adquiridas 3 cartas com relevância para o estudo de Alcipe.

A Fundação agradece a colaboração da Faculdade de Letras e da Biblioteca, ambas da Universidade de Coimbra.

 

Património Referido na alínea b) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. (Património cultural português e de influência portuguesa, o europeu e o da humanidade em geral)

A actividade da Fundação iniciou com um Ciclo de Conferências intitulado “A caça na cultura e na natureza”, que decorreu entre 15 de Janeiro e 21 de Fevereiro, dividido em quatro sessões. I – “Caça e conservação da natureza” com intervenções de João Flores Bugalho com o tema “A caça e a conservação da natureza em Portugal” e de José Pardal, com o tema “A caça e a conservação da natureza em África”. II – “Caça e imagem” com intervenções de Carlos Augusto Ribeiro e Carlos Oliveira Santos com o tema “A caça através da imagem” e de Estevão Pape e Fernando Mascarenhas com o tema “A caça nos azulejos do Palácio Fronteira”. III – “Caça e sobrevivência” com a participação de Alexandre Bettencourt com o tema “Reflectindo sobre a caça” e de António Bracinha Vieira com o tema “Caça cooperativa e repartição de alimentos”. IV – “A caça na literatura” com a participação de Helder Godinho com o tema “A caça na idade média” e de Urbano Tavares Rodrigues com o tema “Caça e ambientes na ficção portuguesa contemporânea”. V – “O caçador, a presa e a arma”, com a participação de José Amaro com o tema “O furtivo – caçador e presa” e de Rainer Denhardt com o tema “A simbologia da arma na caça e na guerra”. VI – “O amor e a caça” com a participação de Helena Buescu, com o tema “Caçar, amar e sobreviver: a Dama Pé- de-Cabra de Alexandre Herculano” e de Raul Miguel Rosado Fernandes com o tema “A caça amorosa”.

Em Março continuaram as actividades com um Curso denominado “Falas da Terra – Ecologia e Tradição – curso sobre o ambiente na literatura tradicional oral portuguesa” orientado por Ana Paula Guimarães, com a participação de Arijana Medvedec, Clara Pimentel, Idalina Lejeune, Andreia Cavaleiro, Rita Mota, Carlos Augusto Ribeiro, Carlos Torres, Inês de Ornellas e Castro, Isabel Raposo, Luís Cancela da Fonseca, Maria José Palla, Viriato Soromenho Marques, Carla Laranjeira, Anabela Gonçalves, Amélia Gomes e Maria Teresa Branco Meireles

Durante o mês de Abril decorreu um Ciclo de Conferências sobre “O Imaginário português do ponto de vista da relação com a natureza”, que decorreu em seis sessões com a participação de: I – Ana Hatherly “O imaginário barroco na sua relação com a natureza” e Maria Lúcia Lepecki “A relação com a natureza no imaginário da literatura portuguesa – Júlio Dinis”. II – Vitor Serrão, “A natureza no imaginário da pintura portuguesa do Proto-Barroco” e Fernando Mascarenhas “A presença da natureza no imaginário do Palácio Fronteira”. III – Isabel Cardigos, “Das mulheres cisnes às mouras encantadas – a relação natureza/cultura na tradição oral” e Ana Paula Guimarães, “O imaginário do corpo no Cancioneiro Popular Português”. IV – Ivette Centeno, “A natureza do paraíso na obra de Pomar” e Jacinto Rodrigues, “O imaginário do padre Himalaia na sua relação com a natureza”. V – Aurora Carapinha, “A relação com a natureza no imaginário do jardim português” e Marieta Dá Mesquita, “O imaginário do bairro do Arco do Cego e a sua relação com a natureza”. VI – Horácio Bonifácio, “A relação com a natureza no imaginário do Manuelino” e Joaquim Braizinha, “O imaginário da exposição do mundo português e a sua relação com a natureza”.

Nos dias 14, 15 e 16 de Maio, decorreu o “Encontro sobre Alcipe e as Luzes” orientado por Aníbal Pinto de Castro, José Esteves Pereira, Manuela Delille e Teresa Almeida. Teve também a participação de Luís António de Oliveira Ramos, Nelsôn Porto Ribeiro, Manuel Filipe C. M. Canaveira, Lilian Pestre de Almeida, Adélia Maria Caldas Carreira, Margarida Calado, Maria de Lourdes Ribeiro da Silva, Maria Alexandra Gago da Câmara, Marieta Dá Mesquita, Teresa Sequeira Santos, Teresa Bettencourt da Câmara, António Andrade Moniz, Marta Tavares Escocard de Oliveira, José Augusto Mourão, Estela Guedes, Ana Luísa Janeira, Maria de Fátima Nunes, Nuno Monteiro, Teresa Almeida, Fernando Mascarenhas, Marion Ehrhardt, Maria de Lourdes Ferraz, Evelina Verdelho, Maria Helena Rocha Pereira, Manuela Delille, Maria Ivone Ornellas de Andrade, João Almeida Flor, Pedro Calafate, Maria Gabriela Buescu, José Esteves Pereira e Aníbal Pinto de Castro. 

Em Junho teve lugar um Curso intitulado “História da Azulejaria I” orientado por José Meco, que foi dividido em sete sessões.

Em 3 de Julho decorreu uma conferência com director do museu Barghello de Florença, Giancarlo Gentilini, intitulada “Os Della Robbia em Portugal”.

Entre 18 de Outubro e 1 de Novembro decorreu um curso coordenado por Gonçalo Ribeiro Telles e Eduardo Cruz de Carvalho com o título “Ecologia e Civilização”. Contou também com a participação de Ário de Azevedo, Alexandre Bettencourt, Delgado Domingos e Fernando Henriques.

Entre 29 de Outubro e 19 de Novembro decorreu um curso intitulado “A natureza na literatura portuguesa dos séculos XIX e XX”, com a participação de Maria Lúcia Lepecki, Clara Crabbé Rocha, Teresa Rita Lopes e João Barrento.

                        

A 25 e 26 de Novembro decorreu um Encontro sobre “Ambiente e Estilos de Vida” orientado por José Machado Pais, Jorge Palmeirim e José Gabriel Pereira Bastos. Foram apresentadas comunicações por José Gabriel Pereira Bastos, Suzana Pereira Bastos, Manuel Graça Dias, Rui Gomes, Carlos Fortuna, Ana Barbosa, Luís Capucha, José Machado Pais, Orlando Garcia, A. Santos Silva, José Sobral, Jorge Palmeirim e Humberto Rosa.

 

Refira-se que grande parte das actividades desenvolvidas em 1997 teve o apoio do IPAMB e do ICN ao abrigo do PROGRAMA AMBIENTE.

 

Em cumprimento da alínea c) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Promover a investigação, a criação artística e a formação cultural)

Dada a continuação da política de contenção de despesas não se procedeu à aquisição de livros, pelo que o enriquecimento da Biblioteca da Fundação ficou limitado a algumas ofertas, com excepção dos adquiridos com o apoio da JNICT, assim como as aquisições de alguns documentos com relevância para a casa.

Seguidamente referem-se três projectos autónomos que são também relevantes para a alínea b) do ponto 1., tal como é entendida em qualquer das alíneas do ponto 3 dos Estatutos.

 

Protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor

No âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor tiveram lugar este ano as seguintes actividades que decorreram na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian dessa cidade: 

Em 11 de Janeiro, conferência de Marta Tavares Escocard de Oliveira subordinada ao tema “A Misericórdia de Lisboa e a construcção da justiça do Rei (Séc. XVI)”, seguida da inauguração de uma exposição de pintura de Ilda David.

A 8 de Fevereiro, conferência de Sílvia Chicó, sobre o tema “A persistência da Arte Conceptual”, e inauguração da exposição de Pintura intitulada “Florestas do Arco-Íris” de Ema Berta.

Em 7 de Março, conferência de Francisco Martinho intitulada “A sociedade portuguesa e a construção do Estado Corporativo – aceitação e resistência”, e inauguração da exposição de fotografia de Ulisses Rolim.

Em 5 de Abril, conferência intitulada “Conversa sobre o ensino das artes no Arco” por Graça Costa Cabral, e inauguração da exposição de cerâmica de Rita Nunes da Ponte.

Em 10 de Maio, conferência intitulada “Romance e História” por Mário de Carvalho, e inauguração da exposição de escultura de Pedro Fazenda.

Em 31 de Maio, conferência intitulada “A cultura é um negócio de futuro” por Teresa Albuquerque, e inauguração da exposição de pintura de Manuel Amado.

A 28 de Junho, conferência de Clara Rocha, intitulada “A memória literária da ditadura”, e inauguração da exposição de pintura de Yuri Kokoyanin.

Em 12 de Setembro, inauguração da exposição de pintura intitulada “Partitura” de Cristina Carvalhão, precedida de uma conferência proferida por Mafalda Osório.

Em 13 de Dezembro, inauguração da exposição de Desenhos de Regina Chulam, precedida de uma conferência por Filipe Benjamim Santos com o tema “Dez anos da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna”.

 

Projecto Camões

O Projecto Camões não continuou, já que não foi renovado o subsídio atribuído pelo Instituto Camões, tendo por isso terminado em Junho. Até essa data, permaneceram por períodos diversos no nº5 do Sítio do Barcal os seguintes cidadãos brasileiros: Nelson Pôrto Ribeiro, Marta Tavares Escocard de Oliveira, Gilberto Mendonça Teles, Aníbal Francisco Alves Bragança, Francisco Martinho e Maria Penha S. Siqueira.

Foram desenvolvidas no âmbito deste projecto as seguintes actividades:

Em 11 de Janeiro, Conferência de Marta Tavares Escocard de Oliveira subordinada ao tema “A Misericórdia de Lisboa e a construcção da justiça do Rei (Séc. XVI)” apresentada na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian de Ponte de Sor .

Em 7 de Março, Conferência de Francisco Martinho intitulada “A sociedade portuguesa e a construção do Estado Corporativo – aceitação e resistência”, apresentada no mesmo local da anterior.

Participação de Nelson Porto Ribeiro e Lilian Pestre de Almeida no “Encontro sobre Alcipe e as Luzes”.

 

Projecto de Educação Ambiental

Este Projecto de Educação Ambiental é subsidiado pelo Programa Ambiente, ao abrigo do protocolo estabelecido em 1996 entre esta Fundação e dois organismos do Ministério do Ambiente, o IPAMB e o ICN.

Em 1997, depois de testadas as fichas para os alunos do ciclo preparatório, que foram oficialmente apresentadas numa sessão comemorativa do Dia Mundial do Ambiente, com a presença da Senhora Ministra, tiveram início as visitas-descoberta aos Jardins do Palácio Fronteira.

Entretanto, procedeu-se, também, à elaboração e teste de fichas para outras faixas etárias.

No total, ao abrigo deste Projecto, os Jardins foram visitados por 1399 alunos e 215 docentes.

 

Actividades em Colaboração com Outras Entidades

Nos dias 9, 10 e 11 de Outubro, decorreu no Palácio Fronteira, um Workshop organizado pelo Instituto de Ciências Sociais, pela Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna subordinado ao tema “Liderança e sucessão em contextos de elite”.

No dia 17 de Novembro, decorreu o lançamento da Revista Monumentos dedicada ao Palácio Fronteira.

No dia 19 de Dezembro, decorreu a apresentação teatral de um texto de Vasco Graça Moura, encenado por Jorge Listopad para o Grupo de Teatro da Universidade Técnica de Lisboa. Antes da representação, teve lugar uma Conversa/Debate com o tema “O problema das crianças abandonadas no passado e no presente”, que contou com a participação de Isabel dos Guimarães Sá, António Farinha e João Seabra Dinis. A representação repetiu-se no dia 20 de Dezembro.

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