2002

Em Cumprimento da alínea a) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cuidar do seu património material)

 No ano de 2002 as actividades de recuperação e restauro incidiram essencialmente sobre o Jardim Formal.

– restauraram-se os elementos escultóricos do Tanque dos Cavaleiros;

– deu-se início ao restauro da respectiva rede de águas, incluindo repuxos e à recuperação das fontes;

– procedeu-se à limpeza do Tanque dos Cavaleiros, onde se criou um descarregador de fundo para facilitar as limpezas futuras, bem como à limpeza e repinte das grutas;

– montou-se um sistema de oxigenação da água, a fim de minimizar a formação de lodos, e puseram-se em funcionamento os respectivos jogos de água (1 repuxo central e 6 repuxos nas 4 estátuas), com recirculação;

– procedeu-se à reconstrução da estufa e seu equipamento com motores, filtros e bombas de rega, necessários para a alimentação e funcionamento quer do sistema anteriormente referido, quer do das fontes, ainda em recuperação; limpou-se e desobstruiu-se o terreno anexo;

– recuperou-se, em colaboração com a Escola de Recuperação do Património de Sintra, uma fonte;

– realizou-se um projecto piloto num canteiro (ver relatório anexo).

Recuperaram-se caminhos e muros na zona da horta.

Continuou-se o programa de restauro de estátuas de metal dos jardins e de conservação da azulejaria.

Em colaboração com a já referida Escola, procedeu-se ainda à recuperação da Estátua de Apolo, no Terraço, de embrechados e azulejos no nártex da Capela, e de azulejos do tanque dos Ss, além de se ter procedido à plantação de um pomar.

Continuou o programa de limpeza de telhados e de manutenção de janelas. Reparou-se o estuque e procedeu-se à pintura do corredor, copa e sala anexa do 1º piso do Palácio, bem como à recuperação de toda a respectiva caixilharia.

Realizaram-se pequenas obras de manutenção e conservação nas casas nº 2, 5 e 9. 

Procedeu-se finalmente ao restauro de algumas peças de mobiliário.

Em Cumprimento da alínea b) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Cultivar o seu património cultural)

Património Referido na alínea a) do ponto 3. do Artigo 4ª dos Estatutos. (Património cultural corporizado no seu património material e o relativo à família que o construiu e preservou, a cuja história está indissoluvelmente ligado)

Como sempre, foram facultados:

– acesso gratuito aos Jardins, Mata e Palácio para visitas de estudo, quer individuais quer de grupos, que seria fastidioso enumerar.

– autorização gratuita para fotografar os Jardins e Palácio para certos fins.

Com relevo ainda para este ponto, de salientar as diversas intervenções de Fernando Mascarenhas.

No dia 18 de Março, apresentou uma conversa na Escola de Leitura e Escrita na Associação Portuguesa de Escritores, em Lisboa. 

No dia 15 de Abril, entrevista para a revista TV Guia.

No dia 16 de Maio, apresentou uma conferência sobre “Palácio Fronteira – Viver o Presente do Passado / Pensar o Futuro do Presente”, na Oficina de História da Universidade Lusófona para as Humanidades e Tecnologias, em Lisboa.

No dia 17 de Maio, apresentação do livro “As flores do sono – prelúdios e fugas” de Pedro Sena-Lino, com a participação de Teresa Almeida, no Museu de Arte Popular, em Lisboa.

No dia 12 de Novembro, apresentou uma conferência sobre “Critérios utilizados na preservação e recuperação dos azulejos do Palácio Fronteira” no III Encontro Nacional “A Conservação e o Restauro do Património – Modos de Ver”, realizado em Lisboa e organizado pela Associação Profissional de Conservadores-Restauradores de Portugal.

No dia 14 de Dezembro, fez a abertura e colaborou na moderação das Jornadas de Direito Nobiliárquico Português, realizadas na Quinta do Patino, Estoril, organizadas pela Associação do Direito Português.

 

Património Referido na alínea b) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. (Património cultural português e de influência portuguesa, o europeu e o da humanidade em geral)

A Fundação iniciou as suas actividades com o Seminário sobre “Antropologia Cultural”, em colaboração com o Centro de Estudos Ataíde de Oliveira da Universidade do Algarve, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, que decorreu no dia 7 de Janeiro. Este Seminário contou com a participação de: Chris Knight e Stanley Brandes que apresentaram conferências sobre “African Genesis: Problems and paradoxes in the evolution of language” e “Maize in Europe: A culinary mystery”, respectivamente. O debate contou com a participação de: Fernando Mascarenhas (moderador), Isabel Cardigos, José Gabriel Pereira Bastos e Francisco Vaz da Silva. 

Com início em 23 de Janeiro e estendendo-se até 3 de Abril, realizaram-se 6 sessões quinzenais da Comunidade de Leitores, em colaboração com o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, com orientação de Fernando Mascarenhas e Maria João Seixas. Esta Comunidade de Leitores teve como tema Literatura e História, incluindo a leitura e discussão das seguintes obras: 1ª sessão – “Morrer não é o fim” de Agatha Christie; 2ª sessão – Inês de Castro “Os Lusíadas” canto III estrofes 118 a 143 de Luís de Camões e “Rainha Arcaica” de Ivan Junqueira, que contou na sessão com a presença de Maria Vitalina Leal de Matos; 3ª sessão – “António e Cleópatra” de William Shakespeare; 4ª sessão – “A Paixão do Conde de Fróis” de Mário de Carvalho, que contou na sessão com a presença do próprio autor e de Teresa Almeida; 5ª sessão “Memórias de Adriano” de Marguerithe Youcenar, que contou na sessão com a presença de José Pedro Serra; 6ª sessão – “O Leitor” de Benard Schlink, que contou na sessão com a presença de Eduardo Prado Coelho. 

Nos dias 12, 13, 14 e 15 de Fevereiro, realizou-se um Ciclo de Música e Poesia no Feminino, que constou na leitura de poemas, respectivamente: I – Sofia de Melo Breyner Andresen, com leitura de Isabel Cardigos e Teresa Moura George; II – Ana Hatherly, com leitura da própria autora e de Pedro Sena-Lino; III – Fiama Hasse Pais Brandão, com leitura de Carla Macedo e Vânia Coutinho; IV – Ana Luísa Amaral, com leitura da própria autora e de Fernando Mascarenhas. Nas sessões de Música, no âmbito do protocolo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, realizaram-se os seguintes concertos: em 12 de Fevereiro, Carlos Damas (violino), Andre Ratnikov (viola), Anne Hermant (violoncelo) e Savka Konjikusic (piano) interpretaram Schubert e Brahms. Em 13 de Fevereiro, Du Xuan (violino) e Evgueny Ozimkevitch (piano) interpretaram Bach, Paganini, Tchaikovsky e Beethoven. Em 14 de Fevereiro, Paulo Gaio Lima (violoncelo) interpretou Bach e Kodaly. Em 15 de Fevereiro, Liviu Scripcaru (violino), Daniela Bobos Radu (violino), Valentin Petrov (viola), Pedro Neves (violoncelo) e Vladimir Kouznetsov (contrabaixo) interpretaram Janacek e Dvorák. 

Nos dias 18 e 25 de Fevereiro, 11 e 18 de Março, decorreu o curso intitulado “História da Joalharia em Portugal (Das origens às novas tendências)”, por Gonçalo de Vasconcelos e Sousa.

Durante o mês de Maio, decorreu o Ciclo de Conferências sobre D. José Trasimundo e D. Carlos Mascarenhas, dividido em seis sessões e que contou com a participação de: I – Nuno Simão Ferreira “O Primeiro exílio dos sétimos Marqueses de Fronteira: 1824 a 1827”; II – José Manuel Freire Nogueira “De Viena a Évora-Monte – a política, a estratégia e os homens”; III – Teresa Almeida “D. José Trasimundo: uma visão familiar de Alcipe“; IV – Alfonso Bullón de Mendoza “Los liberales portugueses en la guerra carlista”; V – Clara Rocha “As Memórias do Marquês de Fronteira e d´Alorna” e VI – Fátima Bonifácio “Um Aristocrata no Cabralismo”.  Este ciclo  contou com o patrocínio da Embaixada de Espanha que subsidiou a deslocação de Alfonso Bullón de Mendoza.

Nos dias 21, 22, 23 e 24 de Maio, realizou-se um Ciclo de Música e Poesia no Feminino, que constou na leitura de poemas de acordo com a seguinte calendarização: I – Séculos XIII a XVII; II – 1700 a 1850; III – 1850 a 1930; IV – 1930 a 1960.  As sessões de poesia contaram com a participação de: Antónia Brandão, Isabel Cardigos, Fernando Mascarenhas e Pedro Sena-Lino. Nas sessões de música, no âmbito do protocolo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, realizaram-se os seguintes concertos: em 21 de Maio, Du Xuan (violino) e Evgueny Ozimkevitch (piano) interpretaram Bach, Mozart e Schubert. Em 22 de Maio, Ágnes Sarosi (violino) e Anna Tomasik (piano) interpretaram Debussy e Beethoven. Em 23 de Maio, Carlos Damas (violino) e Sofia Vinogradova (piano) interpretaram Beethoven.  Em 24 de Maio, Daniela Bobos e Savka Konjikusic (piano) interpretaram Mozart e Brahms. 

Nos dias 4, 6 e 8 de Junho, realizou-se um Ciclo de Poesia e Música. Os recitais de poesia decorreram de acordo com o seguinte programa: I – Homenagem a José Régio, com leitura de Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Pedro Sena-Lino; II – Homenagem a Saúl Dias (no Centenário do seu Nascimento) com leitura de Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Pedro Sena-Lino; III – Recital de Poesia Francesa de vários autores (Abbé de Latteignant, Albert Samain, Alfred de Musset, André Frédérique, Arthur Rimbaud, Boris Vian, Charles Cros, Charles Grandmougin, Clément Marot, Franc-Nohain, Jean de la Fontaine, Jean-Pierre Rosnay, Joyce Mansour, Leopold Sédar Senghor, Louis Aragon, Louse Labé, Marceline Desbordes-Valmore, Paul Valery, Paul-Jean Toulet, Pierre Corneille, Pierre de Ronsard, Robert Desnos, Stéphane Mallarmé, Sully Prudhomme, Tristan Corbière e Victor Hugo) com leitura em francês de Dominique Losseau. As sessões de música decorreram de acordo com o seguinte programa: no dia 4 de Junho realizou-se o Recital de Piano por Luís Magalhães que interpretou L. Beethoven, S. Rachmaninoff, A. Scriabin e M. Ravel.  Este concerto contou com o patrocínio do Grupo Amorim e do Banco Português de Investimento. No dia 6 de Junho realizou-se o Recital de Dana Anka (violino), Boris Matchin (violoncelo) e José Manuel Nunes (piano) que interpretaram F. Schubert e A. Dvorak. 

Nos dias 20 de Junho e 31 de Setembro, foram apresentadas duas récitas do espectáculo o “Auto das Fadas” pelos alunos da “Oficina de Teatro Mestre Gil”, respectivamente no Palácio Fronteira e na Livraria “Ler Devagar” em Lisboa.  Esta oficina de teatro para jovens foi criada em 9 de Março por Elsa Penalva em colaboração com a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna. 

Nos dias 25 e 26 de Junho, decorreu o Encontro sobre “A Nobreza na Administração Colonial do Brasil”, com orientação de Joaquim Romero Magalhães, Mafalda Soares da Cunha e Nuno Gonçalo Monteiro. Foram apresentadas comunicações de: Andrée Mansuy-Diniz Silva, Ângela Domingues, Isabel Mendonça, João Carlos Garcia, João Paulo Salvado, Joaquim Romero Magalhães, José Manuel Subtil, Laura Mello e Souza, Mafalda Soares da Cunha, Nuno Gonçalo Monteiro, Pedro Puntoni e Tiago Miranda.  Este Encontro contou com os patrocínios da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Apoio do Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação do Quadro Comunitário de Apoio III).

Nos dias 15, 17, 22 e 31 de Outubro, realizou-se um Ciclo de Música e Poesia, que constou nas três primeiras sessões na leitura integral e respectivos comentários, das redondilhas de Luís de Camões de autoria incontroversa, segundo a edição da I.N.C.M. da responsabilidade de Maria de Lourdes Saraiva. Estas sessões contaram com a participação de: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Pedro Sena-Lino (como leitores) e de Aníbal Pinto de Castro, Hélio J. S. Alves e Vitalina Leal de Matos (como comentadores). A última sessão de poesia consistiu na leitura de poemas publicados em 2001 de autores de menos de 50 anos (Adília Lopes, Ana Luísa Amaral, Ana Paula Inácio, Ana Marques Gastão, Carlos Luís Bessa, Daniel Faria, Fernando Luís Sampaio, Fernando Pinto do Amaral, Gonçalo M. Tavares, Jorge Melícias, Jorge Reis-Sá, José Luís Peixoto, José Mário Silva, José Tolentino de Mendonça, Luís Filipe Castro Mendes, Manuel de Freitas, Maria do Rosário Pedreira, Pedro Mexia, Pedro Sena-Lino, Rui Carlos Souto, Rui Cóias, Valter Hugo Mãe e Vasco Gato. A leitura desta sessão contou com a participação de: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Pedro Sena-Lino. Nas sessões de música, no âmbito do protocolo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, realizaram-se os seguintes concertos: em 15 de Outubro, Sofia Vinogradova (piano) interpretou Scarlatti e Chopin. Em 17 de Outubro, Du Xuan (violino) e Evgueny Ozimkevitch (piano) interpretaram Ysaye, Fauré, Berlioz e Schubert. Em 22 de Outubro, Angela Nersesova (violino), Andrei Ratnikov (viola) e Savka Konjikusic (piano) interpretaram Mozart e Brahms.  Realizou-se também em 31 de Outubro um Recital de Canto e Piano por José Bruto da Costa (barítono) e Rodrigo Gomes (piano) que interpretaram lieds de Schubert, Schumann e Wolf. 

Nos dias 16, 30 de Outubro, 11 e 27 de Novembro, realizaram-se 4 sessões quinzenais, da Comunidade de Leitores sobre a Tragédia Grega, com orientação de Fernando Mascarenhas e José Pedro Serra. Nesta comunidade de Leitores foram debatidas, respectivamente, as seguintes obras: “Os Persas”, “Agamémnon”, “Coéforas e Euménides” e “Prometeu Agrilhoado” de Ésquilo. A Comunidade de Leitores continuará até 16 de Abril de 2003. 

Nos dias 5, 7, 12 e 14 de Novembro, decorreu o curso sobre “Reflexão em torno da tratadística da arquitectura e a sua aplicação em espaços residenciais”, por Marieta Dá Mesquita.  

Nos dias 18, 19 e 20 de Novembro, decorreu o Encontro sobre “Os Jesuítas em Portugal e nas Zonas de Influência Portuguesa”, com orientação de João Paulo Oliveira e Costa, Luís A. Oliveira Ramos e Maria João Madeira Rodrigues. Foram apresentadas comunicações de: Amândio Coxito, Elsa Penalva, Fausto Sanches Martins, Fernando Catroga, Fernando Taveira da Fonseca, Frederico Palomo, Henrique Leitão, Pe. Hermínio Rico, João Marques, João Paulo Oliveira e Costa, José Eduardo Franco, José Luís Mota Menezes, José Meco, José Viriato Capela, Luís A. de Oliveira Ramos, Maria João Madeira Rodrigues, Nuno da Silva Gonçalves, Silvana Pires, Sofia Diniz e Teresa Leonor Vale. No primeiro dia do Encontro foi lançada a obra “Monita Secreta – Instruções Secretas dos Jesuítas / História de um Manual Conspiracionista” de José Eduardo Franco e Christine Vogel, da Roma Editora. Este Encontro contou com o patrocínio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (apoio do Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação do Quadro Comunitário de Apoio III). 

No dia 30 de Dezembro, realizou-se o lançamento da exposição de azulejos, escultura e desenhos, inspirados em motivos do séc. XVII do Jardim de Vénus do Palácio Fronteira de Tomasz Misztal.  Esta exposição esteve aberta ao público nos dias 4, 5, 6, 7, 8 e 9 de Dezembro. 


Em Cumprimento da alínea c) do ponto 1. do Artigo 4º dos Estatutos. (Promover a investigação, a criação artística e a formação cultural)

Dada a continuação da política de contenção de despesas procedeu-se a aquisições pontuais de livros; houve também algumas ofertas que contribuíram para o enriquecimento da Biblioteca da Fundação.

Com início em 19 de Outubro e estendendo-se até Janeiro de 2003 (12 sessões), realizou-se os ensaios da Oficina de Teatro Mestre Gil sobre “Entremezes do Séc. XVIII e a Esopaida de António José da Silva”, para jovens dos 13 anos aos 16 anos, da responsabilidade de Elsa Penalva.


Projectos de Investigação

Seguidamente referem-se três projectos autónomos relevantes para a alínea b) e c) do ponto 1., tal como é entendida em qualquer das alíneas do ponto 3 dos Estatutos.


Edição Crítica da Obra da Marquesa de Alorna 

Em 2002 prosseguiu o 2º projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com vista à Edição Crítica da Marquesa de Alorna continuando a transcrição da respectiva correspondência. 

1 – ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO

1.1. Levantamento e índice geral da correspondência de e para Alcipe no tempo de Chelas (Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Fundo do Palácio Fronteira).

1.2. Índice das cartas publicadas por diversos autores: Hernâni Cidade, Marquês de Ávila e Bolama e Maria Emília Donas Botto e Maria Amália Vaz de Carvalho.

1.3. Transcrição diplomática de cerca de 50 cartas com a finalidade de estudar as grafias autógrafas da Marquesa de Alorna.

1.4. Transcrição da quase totalidade da correspondência da Marquesa de Alorna no tempo de Chelas. 

1.5. Estabelecimento dos critérios finais (em fase de conclusão).

1.6. Estudo da epistolografia francesa do século XVIII.

2 – ACTIVIDADES DE DIVULGAÇÃO

2.1. Conferência sobre “D. José Trasimundo: uma visão familiar de Alcipe” apresentada por Teresa Almeida no dia 10 de Maio no Palácio Fronteira, no Ciclo de Conferências sobre D. José Trasimundo e D. Carlos Mascarenhas organizado pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.

2.2. Seminário de 3 horas sobre “A Marquesa de Alorna como tradutora e divulgadora da literatura alemã” apresentado por Manuela Delille, realizado no dia 8 de Junho de 2001, no âmbito do Curso de Mestrado sobre Literaturas e Poéticas Comparadas, no Departamento de Linguística e Literaturas da Universidade de Évora.

2.3. Nos dias 8, 15, 22 e 29 de Novembro e 6 de Dezembro, realizaram-se na Biblioteca Municipal de Setúbal, em colaboração com o Centro de Estudos Bocageanos, um ciclo de conferências sobre a 4ª Marquesa de Alorna – Alcipe que constou do seguinte programa: I – “Aspectos da biografia da Marquesa de Alorna” por Fernando Mascarenhas; II – “Alcipe no Convento: as leituras” por Teresa Almeida; III – “A Marquesa de Alorna e os poetas seus contemporâneos” por Vanda Anastácio; IV- “A Marquesa de Alorna arauto da cultura das luzes na sociedade portuguesa” por Manuela Delille e V – “Aspectos da obra da Marquesa de Alorna” por Aníbal Pinto de Castro.


Projecto – Sala das Batalhas  

Continuou o projecto de investigação multidisciplinar (História, História da Arte, História Social, História Militar, etc.), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.  Procedeu-se ao levantamento de fontes escritas e iconográficas, identificação de todos os personagens referidos nos azulejos e elaboração das respectivas fichas biográficas bem como à recolha de textos de síntese de alguns investigadores. Ainda que tardiamente, já que foi terminado em finais de 2001 não queremos deixar de salientar, pela sua particular relevância, o documentário “As Batalhas” de Álvaro García de Zúñiga, no âmbito do qual foram efectuadas entrevistas com os diferentes especialistas envolvidos no projecto. 


Projecto – A Nobreza em Portugal

Prosseguiu a troca de correspondência entre George Marcus e Fernando Mascarenhas, tendo-se iniciado a revisão da 1ª fase da correspondência, com vista à preparação de um volume a publicar.


Projectos em Colaboração com outras Entidades 

Projecto de Educação Ambiental e Projecto Janelas Abertas 

Ver Relatório em anexo. 

Protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor

No âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Ponte de Sor tiveram lugar este ano as seguintes actividades que decorreram na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian dessa cidade:

A 19 de Janeiro, inauguração da exposição de azulejos de Andreas Stocklein intitulada “Golpe de Asas” com apresentação dos trabalhos expostos pela escritora Lídia Jorge e Fernando Mascarenhas. Esta exposição contou com o apoio da Galeria Ratton. 

A 6 de Abril, conferência sobre “Brasil e Portugal – duas faces da mesma moeda” por Maria Lúcia Lepecki, e inauguração da exposição de pintura de Eduardo Nery intitulada “Cosmos”.

Em 25 de Maio, conferência intitulada “Da Mente para Mão e da Mão para a Mente ou vice versa” por Fernando Catarino e inauguração da exposição de técnicas mistas e fotografia intitulada “Cíclico” de Maria José Oliveira.

A 28 de Setembro, conferência intitulada “Memórias do Efémero” por Marieta Dá Mesquita, e inauguração da exposição de pintura de Miguel Barros intitulada “50 Pinturas Recentes”.

A 19 de Outubro, inauguração da exposição de Pintura “Agora” de Ana Marchand, precedida de uma sessão de leitura de redondilhas de Luís de Camões por Fernando Mascarenhas.


Protocolo com a Câmara Municipal de Monforte 

No âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Monforte teve lugar este ano a seguinte actividade, que decorreu na Galeria Municipal dessa cidade: A 25 de Outubro, inauguração da exposição de pintura de Miguel Barros intitulada “Pinturas Recentes”.


Protocolo com a O.M.L.

Ver Ciclos de Música e Poesia na alínea B) do ponto 3 do Artigo 4º dos Estatutos. 


Outras Actividades em Colaboração 

No dia 4 de Março, realizou-se uma visita guiada ao Palácio Fronteira e Jardins por  Cristina Castel-Branco a alunos da Faculdade de Arquitectura de Lisboa.

No dia 8 de Março, cedência do Palácio Fronteira para homenagear 3 mulheres da Freguesia de São Domingos de Benfica (Dia Internacional da Mulher), organizado pela Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. 

Nos dias 9 Março, 9 de Maio, 1 de Junho, 28 de Setembro e 26 de Outubro, realizaram-se visitas guiadas ao Palácio Fronteira e Jardins por José Meco a alunos da Study Journeys.

Em 10 de Abril, cedência da Sala das Batalhas para o lançamento do livro “Viagem à Ilha do Amor” de Francisco Xavier de Oliveira (Cavaleiro de Oliveira), com apresentação de Aníbal Pinto de Castro, das edições Caixotim. Esta edição da obra “Viagem à Ilha do Amor”, que reproduz a impressão de 1744, tem um estudo introdutório de Vanda Anastácio, a quem se deve também a fixação crítica do texto. 

Em 5 de Junho, cedência da Sala das Batalhas para o lançamento do livro de Georges Stobbaerts “Tenchi Tessen, Arte e Movimento”, com apresentação de Fernando Mascarenhas, da Associação Portuguesa de Tenchi Tessen. Foi realizada uma demonstração de Tenchi Tessen (arte do leque) pelos alunos da Escola Tenchi Internacional.

  Nos dias 8, 15, 22 e 29 de Novembro e 6 de Dezembro, realizaram-se na Biblioteca Municipal de Setúbal, em colaboração com o Centro de Estudos Bocageanos, um ciclo de conferências sobre a 4ª Marquesa de Alorna – Alcipe (ver Alínea B) do ponto 3 do artigo 4º dos Estatutos. Projectos de Investigação – Edição Crítica da Obra da Marquesa de Alorna).

  A 2 de Julho, cedência da Sala das Batalhas para entrevista com o pianista Adriano Jordão para o programa “Lux” da SIC.


Relatório sobre Projecto Piloto no Jardim Grande do Palácio Fronteira

Tendo esta actividade sido executada no dia 5 de Outubro de 2002 e, pareceu-me correcto deixar a minha opinião sobre a mesma.

Para a realização desta análise considerei dois eixos fundamentais, por um lado os objectivos propostos, por outro o tempo de execução.

Se por um lado os objectivos eram elementos tanto quantitativos que poderiam ser contabilizados no final, como qualitativos ou seja a qualidade final do trabalho executado sobre este eixo posso dizer que foram alcançados na plenitude, embora o ponto que diz respeito ao sistema de rega só tenha sido concluído na totalidade no dia 7 de Outubro de 2002.

O Projecto iniciou-se com a Crivagem de terra situada no Jardim de Vénus do Palácio Fronteira. Esta terra veio dos locais das fundações da piscina do Palácio.

Enquanto essa tarefa decorria na área de adjudicação para o Projecto Piloto realizava-se a limpeza de toda a zona de sebe bem como da sua área circundante.

Com esta operação deixava-se o terreno limpo de qualquer material, que mediante decomposição poderia comprometer o projecto.

Posteriormente a esta limpeza, realizou-se uma meia cava e monda que permitiu retirar infestantes bem como homogeneizar a terra.

De seguida retirou-se a tubagem antiga para que se pudesse ter a área livre para a realização das operações de transporte e de enchimento da zona do Projecto Piloto, com terra vinda do Palácio de Vénus.

A operação seguinte foi o enchimento tanto da zona intra sebe como da zona exterior e interior a esta, com terra proveniente do processo de crivagem executado no local.

Para finalizar todo este processo de colocação de Terra no local do Projecto Piloto, faltava só a replantação e o nivelamento da terra até à cota delineada previamente, que era a dos troncos do bucho.

Houve sempre o cuidado de criar um desnível na zona adjacente aos painéis de azulejos para que a terra não produzisse danos neste tipo de património.

Quando o processo estava acabado ao nível das operações de intervenção perante a massa vegetal iniciou-se a montagem do sistema de rega.

Neste projecto colocou-se tubo gotejador autocompensante (Dripline) cor castanha para que não fosse tão visível e para que se enquadrasse melhor no contexto de todo o espaço envolvente.

Para finalizar a intervenção no sistema de Rega desta área colocou-se uma nova caixa para válvulas com sistema automático de rega.

Por último o trabalho foi direccionado para a recuperação dos caminhos, que sendo uma zona de areia compacta deixa espaço para o crescimento de infestantes. 

Na área do Projecto Piloto sobretudo na zona de fronteira entre o pavimento e os canteiros foi colocada tela que é um material quimicamente inerte e sem perigo para as outras espécies. Esta solução poderá dar uma resposta eficaz contra o crescimento de infestantes.

Posteriormente à colocação desta tela houve o nivelamento do solo com adição de areia do campo de futebol do Palácio Fronteira.

Por último houve a compactação do pavimento com cilindro manual o que deu a todo o processo de intervenção neste Jardim Histórico um acabamento de qualidade.

Para concluir, gostaria de agradecer à Fundação das Casas de Fronteira e Alorna a possibilidade de pôr em prática um trabalho académico sobre Património, a Filipe Benjamim a sua disponibilidade, à minha equipa (Dr.ª. Carla, Lúcia, Víctor), à equipa da Ecofolha (Eng. Pedro, Eng. António, Luís) a todos os intervenientes, que directamente permitiram a concretização deste projecto.

Para concluir gostaria de deixar um grande agradecimento ao Sr. Manuel, pois sem o seu trabalho prévio, não seria possível concluir o Projecto de Execução em apenas 9 horas.

A todos um muito obrigado

Lisboa, 8 de Outubro de 2002

Sandra Santos


Relatório de Actividades do Projecto de educação Ambiental 

Decorrido o ano de 2002, apresentamos o relatório anual que compreende o número de participantes nos projectos a decorrer na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna,


Descobrir os Jardins do Palácio Fronteira e Janelas Abertas, no âmbito da Educação Ambiental, bem como as respectivas actividades que foram desenvolvidas durante este período.

Projecto Educação Ambiental 2002

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* Crianças, Jovens e Adultos nos projectos de deficiências físicas e/ou de aprendizagem.

No que diz respeito ao projecto Descobrir os Jardins do Palácio Fronteira verificou-se um ligeiro aumento de número de participantes em relação ao ano anterior, que se explica pelo facto de continuarem a existir muitas solicitações. 

Presentemente dispomos apenas dos conjuntos de fichas elaborados para o segundo ciclo pois, os materiais indicados para as actividades com o 1º ciclo, já terminaram. Contudo, continuamos a desenvolver actividades com estas faixas etárias, adaptando em alguns momentos os materiais de que ainda dispomos. Optámos por esta solução uma vez que as solicitações que recebemos do primeiro ciclo são reveladoras do interesse deste projecto ao nível das camadas mais jovens.

Verifica-se a tendência dos anos anteriores da ausência de solicitações do Secundário para participar neste projecto, optando antes pelo projecto Janelas Abertas.

No que respeita ao Projecto Janelas Abertas no decorrer do ano de 2002, demos continuidade ao trabalho iniciado com o Centro Educativo Navarro de Paiva e com as escolas do Ensino Oficial. Ainda neste período iniciámos novas parcerias, nomeadamente a colaboração com a Santa Casa da Misericórdia e com diversos Centros Sociais e Paroquiais.

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Prosseguiram as sessões com o Ensino Oficial, dentro dos parâmetros que já havíamos explicitado em relatórios anteriores. Regra geral efectuaram-se visitas com uma periodicidade anual, com a duração média de duas horas. Os temas explorados incidiram sobre duas grandes temáticas nomeadamente, Património Construído e Património Natural.

– Verificámos que são poucos os casos em que encontrámos grandes dificuldades no manuseamento das novas tecnologias, sobretudo nos graus de escolaridade mais avançados. Esta constatação não é alheia ao facto de já existirem em algumas escolas este tipo de equipamento e a disciplina de Informática. A verificar-se alguma dificuldade, facilmente ultrapassada pelos jovens, ela prende-se com a utilização da Internet, uma vez que são poucos os estabelecimentos escolares que dispõem deste serviço. Por este motivo foram muitos os jovens que investiram algum do seu tempo em pesquisas sobre temas sugeridos pelos currículos escolares, recolhendo informações que lhes seriam úteis na elaboração dos seus trabalhos. 

– Da nossa experiência com o 1º ciclo verificámos que são muitas as crianças que não têm acesso a computadores mas, a sua capacidade de aprendizagem, revelou-se rápida e entusiástica. Notámos satisfação nas crianças quando aprenderam a iniciar e a encerrar o computador, a dominar a escrita no programa Word, a importar imagens do ClipArt do PC e on-line (que para esta faixa etária se torna mais acessível quando utilizada a versão da Microsoft disponível em Português do Brasil) para ilustrar os seus trabalhos, a consultar CD ROOMS e a realizar com sucesso pesquisas na Internet. Sentimos grande fascinação nas crianças quando se aperceberam que lhes era possível aceder a sítios fisicamente distantes e, frequentemente, faziam questão de nos dizer que esta actividade para além de útil era divertida. 

– Integradas no ensino oficial, realizámos sessões com deficientes auditivos e com jovens do ensino recorrente que também demonstraram interesse e concluíram com sucesso as propostas de trabalho solicitadas. Acrescidas à pouca prática na utilização do computador, verifica-se a existência em ambos os casos de lacunas ao nível da aprendizagem da escrita e da leitura, bem como grandes dificuldades na resolução de problemas. Nestes dois casos notou-se que não existia autonomia para a resolução das propostas de trabalho, exigindo um acompanhamento mais personalizado, tanto da nossa parte como dos monitores que os acompanhavam. Só desta forma lhes foi possível concluir com êxito as tarefas. 

– Nota digna de relevo é o facto de nunca terem ocorrido problemas de indisciplina, mesmo com os grupos, cujos responsáveis caracterizam como complicados ou de risco. A leitura que fazemos é que efectivamente estas tecnologias são apelativas e quando direccionadas para temáticas que tocam os seus interesses, é possível motivá-los para novas aprendizagens e verificar modificações positivas no seu comportamento social. 

– Fomos solicitadas para realizar sessões com o Pré-escolar onde essencialmente o registo da informação recorreu à imagem. É de salientar o contentamento que as crianças demonstraram quando aprenderam a escrever o seu próprio nome, utilizando diferentes cores e tamanhos de letra e realizaram a impressão do seu trabalho.

No que diz respeito ao Centro Educativo Navarro de Paiva os trabalhos continuaram sempre que possível relacionados com os conteúdos dos programas escolares, prosseguindo uma estreita colaboração com o corpo docente deste centro. 

De acordo com os conteúdos dos curricula escolares destes jovens neste ano lectivo e, por solicitação do corpo docente que os acompanhava, elaborámos fichas de trabalho que foram resolvidas em várias sessões, visando temas como: a Sida, a Toxicodependência, a Geografia de Portugal e os diversos estados membros da União Europeia, por exemplo. Por outro lado e aproveitando o facto de trabalharmos num espaço classificado como Monumento Nacional que data do século XVII, foi possível motivar os jovens para temáticas relacionadas com o Património Histórico e Natural e, para aprendizagens no âmbito da Educação Ambiental. Partindo dos azulejos dos Jardins do Palácio, aprofundaram temas como os Quatro Elementos e as Estações do Ano. 

Já em relatórios anteriores chamámos a atenção para a grande mobilidade da população deste centro que se prende com a duração das penas que lhes são atribuídas. Este facto associado a alterações da estrutura interna desta instituição, esteve na origem da diminuição do número de jovens presentes nas sessões do projecto Janelas Abertas. Após reflexão com o corpo docente desta instituição, decidiu-se prosseguir com o trabalho planeado, uma vez que cancelar todas as actividades iria criar uma maior insatisfação e instabilidade a esta população. Assim, a colaboração regular com esta instituição manteve-se, apesar de em várias sessões apenas podermos contar com a presença de um ou dois alunos.

Através dos elementos que reunimos após ano e meio de trabalho em regime de continuidade com esta instituição, a nossa avaliação é a seguinte:

– Tendo em conta que estes jovens apresentam lacunas graves de aprendizagem em relação ao ano escolar que frequentam (por exemplo um jovem que frequenta o terceiro ciclo apresenta grandes dificuldades quer a nível de leitura quer a nível de escrita), constatámos que os seus medos e angústias em relação à possibilidade de insucesso diminuíram, verificando-se por sua vez um aumento da sua auto-estima e uma evolução no seu processo de aprendizagem. (Esta opinião foi corroborada pelos professores que os acompanham).

– Uma vez que estes jovens se encontram em regime de internato fechado, verificámos sempre uma grande apetência pela utilização da Internet, que lhes permitiu o contacto com o exterior e consequentemente uma abertura para novos horizontes bem como, a exploração do desconhecido. Por outro lado foi possível satisfazerem a sua curiosidade sobre sites que são divulgados na comunicação social e aos quais não tinham possibilidade de aceder. Quando bem sucedidos nas suas pesquisas, os jovens revelaram grande satisfação e maior motivação para prosseguir o seu trabalho connosco. Em caso de insucesso foi necessário um esforço suplementar da nossa parte para conseguir motivar esse jovem e fazê-lo perceber que se o seu objectivo não fora atingido na primeira tentativa, não devia desistir, mas persistir na sua tentativa. Passar esta mensagem foi fundamental para este tipo de jovens, para quem o insucesso e o desistir, é quase, senão mesmo, uma constante na sua vida. 

– Inicialmente verificámos que o desconhecimento nesta área era total, como por exemplo em tarefas tão elementares como seja abrir ou encerrar o computador, aceder ao programa ou documento de trabalho necessários. Acresceu ainda que a maioria destes jovens apresentaram grandes dificuldades de concentração e, em muitos casos, chegaram até nós desprovidos de qualquer motivação, para já não falar das francas carências no que diz respeito à escrita e à leitura. No início foi igualmente difícil adaptarem-se ao ritmo de trabalho dos equipamentos, pois dada a sua inexperiência pensavam que estes eram muito mais rápidos. Verificámos francos progressos no ultrapassar destas dificuldades. Para conseguir que estes jovens alcançassem os objectivos mínimos no que diz respeito ao manuseamento do computador, foi necessário criar uma estratégia com o objectivo de os motivar para esta aprendizagem. Iniciámos o trabalho com estes jovens, explorando temáticas do seu agrado, o que permitiu que aprendessem alguns passos úteis para a utilização do computador, como por exemplo abrir e encerrar o PC, realizar pesquisas na Internet, abrir um documento Word, importar imagens da Internet e trabalhá-las com as ferramentas disponíveis, gravar um novo documento, chegando mesmo a trabalharem com sucesso em rede. A pouco e pouco fomos introduzindo trabalhos mais complexos, como temáticas de Educação Ambiental e aprofundando temas dos seus currículos escolares, que foram realizados com êxito, uma vez que os jovens já estavam familiarizados com as técnicas de que necessitavam para os resolver. As máquinas fotográficas digitais constituíram também um elemento de trabalho apreciado, bem como o programa PhotoDraw, através do qual trabalharam as suas fotografias, criando postais e posters no programa Publisher ou em Word, que enviaram aos seus familiares ou aproveitaram para decorar os seus quartos na Instituição. 

– É com muita satisfação que informamos que grande parte dos jovens do terceiro ciclo que participaram no nosso projecto, se encontram neste momento a frequentar cursos de informática realizados no seu Centro Educativo, com o apoio do Ministério do Trabalho. Acreditamos que encontraram aqui alguma motivação para prosseguirem os seus estudos nesta área, encontrando nas novas tecnologias uma ferramenta de trabalho, quem sabe, o seu passaporte de acesso a uma vida melhor.

– Apraz-nos também salientar que até à presente data não se verificaram danos quer nos equipamentos, quer nos espaços ao seu dispor. Pensamos que esta atitude é reveladora do seu interesse em preservar um espaço aprazível que consideram útil e atractivo.

– De realçar ainda, a evolução positiva que sentimos na forma de se relacionarem com os colegas, quer em termos de diálogo quer na sua forma de estar.

No que respeita ao trabalho desenvolvido com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a nossa actividade desenvolveu-se em colaboração com o Programa de Promoção Social dos Ciganos.

Estes jovens de etnia cigana habitam em bairros carenciados e na maior parte dos casos o apoio familiar apresenta lacunas graves. Nesta etnia, por força da sua tradição, à população feminina é ainda em muitos casos, vedada a saída do seu círculo social, razão pela qual o absentismo feminino neste grupo é relevante. 

– Na sua grande maioria as habilitações escolares dos jovens são francamente escassas em relação à sua idade, uma vez que abandonaram prematuramente o sistema regular de ensino. Verificámos imediatamente grandes dificuldades tanto a nível da escrita como da leitura. Observámos grande entusiasmo quando se aperceberam que o computador regista os erros ortográficos e, lhes oferece a possibilidade de os corrigir, sendo portanto uns adeptos entusiastas da utilização do corrector ortográfico, uma vez que ele lhes oferece autonomia na correcção dos seus erros. 

Na maioria dos casos constatámos que nunca tinham utilizado estas tecnologias, não sabendo iniciar e fechar o computador, utilizar o teclado e, que as próprias regras de dactilografia eram-lhes completamente desconhecidas.

– Para estes jovens que vivem num mundo com muitas limitações culturais, o facto de acederem através da Internet aos mais variados temas, revelou-se estimulante para as sessões seguintes. A comprovar esta afirmação temos, por exemplo, o interesse demonstrado pela pesquisa sobre outras comunidades ciganas espalhadas pelo mundo e por personalidades de etnia cigana, que se destacam por exemplo no campo do desporto e da música. A sua apetência para a utilização da Internet suscitou nestes jovens a importância da aprendizagem da língua portuguesa e do inglês, no que respeita à escrita e à leitura. 

– Um destes grupos estuda e trabalha num espaço da Santa Casa da Misericórdia localizado num Palácio do século XVIII, tendo sido possível através da Internet aceder a informações sobre a sua história e a imagens das salas originais, o que suscitou espanto e curiosidade.

– É de salientar que embora estes grupos sejam considerados pelos técnicos de acção social como sendo jovens de risco, o seu comportamento e relacionamento com o outro tem-se revelado muito satisfatório.

Iniciámos também diversas colaborações com Centros Sociais Paroquiais, que dispõem de ensino Pré-escolar e, desenvolvem actividades fora do horário escolar, denominados ATL, com crianças e jovens do 1º e 2º ciclos. 

Com alguns destes centros, que não tiveram a possibilidade de realizar trabalho em continuidade, efectuámos sessões únicas, onde para além de conhecerem os jardins, as crianças registavam no atelier as suas observações, numa ficha sobre o Palácio e os Jardins, que se encontra em anexo.

– Concretamente com o Centro Social Paroquial São Domingos de Benfica, desenvolvemos um trabalho com o Pré-escolar que teve a duração de seis sessões. Pela flexibilidade que este projecto apresenta, foi possível adaptar ao projecto Janelas Abertas, o tema que na altura as crianças estavam a trabalhar na sua instituição, “Os Cinco Sentidos”. Na primeira sessão as crianças visitaram os Jardins e o Atelier, tendo um primeiro contacto com os computadores numa sessão livre, onde predominantemente exploraram alguns jogos disponíveis na Internet.  Nas sessões que se seguiram, trabalharam em cada uma delas um sentido. A visita iniciava-se com a vivência de esse sentido no jardim e, o seu posterior registo numa ficha que recorria essencialmente a imagens daquilo que tinham observado e, que as crianças tinham que identificar oralmente, tendo ainda que escrever o seu nome, escolhendo um tipo de letra, cor e tamanho que gostassem. No final aprendiam a imprimir o seu trabalho. Estas fichas encontram-se em anexo. Indo ao encontro da vontade manifestada pelas crianças, reservámos as últimas sessões para explorarem jogos didácticos on-line, o que eles muito apreciaram.

– Ainda com esta instituição desenvolvemos outra actividade com jovens do primeiro ciclo, em que o tema explorado foi os “Quatro Elementos”. A visita realizava-se dentro dos mesmos moldes do Pré-escolar, partindo da observação no jardim dos painéis de azulejos sobre estes temas, continuando o trabalho no atelier que consistia no registo escrito das observações efectuadas, em fichas elaboradas para este efeito. Nestas sessões foi possível ensinar as crianças a desenvolver pequenas pesquisas na Internet e a consultar CD-ROOMS. Verificou-se também uma grande apetência para a utilização do WordArt com o objectivo de cuidar a parte estética dos seus trabalhos, facto muito importante para os jovens que levando o trabalho realizado o podem analisar e mostrar aos outros. Nos casos em que a opinião dos jovens não é satisfatória quanto aos resultados, ensina-se a gravar o seu trabalho e na sessão seguinte tem a oportunidade de o aperfeiçoar.

Participaram no projecto Janelas Abertas instituições tuteladas pelo Ministério da Segurança e Solidariedade Social, nomeadamente a Rumo da Moita, a Rumo do Barreiro e a Cercimb de Mira-Sintra. Estes centros acolhem jovens e adultos com dificuldades de integração, portadores de doença mental ou deficiência.

− O trabalho realizado com a Rumo desenvolveu-se em continuidade, tendo sido abordados para além dos temas habituais, outros que se prendiam com o interesse profissional destes grupos. Muitos dos jovens/adultos que integram estes grupos encontram-se em vias de ensino profissionalizantes. Neste sentido foi útil o acesso à Internet para aprofundar temas relacionados com essas profissões.

− Relativamente ao trabalho desenvolvido com a Cercimb, só foi possível realizar sessões únicas para cada grupo. A responsável por esta instituição demonstrou interesse em realizar trabalho contínuo, o que não foi possível por dificuldades de transporte. 

À semelhança do que já acontecera no último trimestre do ano passado, realizámos sessões com Professores e Educadores, que revelaram interesse em aprender a utilizar os equipamentos disponíveis no projecto com o objectivo de acompanharem e apoiarem os seus alunos nas sessões das Janelas Abertas, que têm previstas realizar durante o ano de 2003.

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  • Neste número estão inseridos os 56 professores que realizaram sessões.
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Realizámos também sessões de divulgação do projecto com as responsáveis das várias delegações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), das quais resultaram já propostas de trabalhos a desenvolver no próximo ano, em datas a combinar. 

Ainda no passado ano foi efectuada uma nova candidatura aos fundos de apoio da Microsoft, tendo em vista a continuidade do projecto, à qual obtivemos uma resposta positiva.

O número total de participantes no projecto Janelas Abertas desde o seu lançamento até ao final de 2002 foi de 5301. Estiveram envolvidos 4268  alunos e 1033 professores.

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